Metade dos brasileiros diz ter diminuído o consumo de álcool

In Cultura, Geral, Saúde

Pesquisa mostra que 4,5 doses de bebidas alcoólicas são consumidas semanalmente.

Luisa Oliveira Firmino

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha em abril de 2025 com 1.912 pessoas revelou que 53% dos entrevistados reduziram o consumo de álcool afirmam ter diminuído a ingestão diária e semanal. Os principais fatores que motivaram essa mudança foram questões de saúde, religião e gosto pessoal.

Perfil dos entrevistados

Publicada no dia 3 de maio, a pesquisa do instituto Datafolha buscou entender o perfil de brasileiros acima de 18 anos que diminuíram o consumo de bebidas alcoólicas em 2025. Entre os entrevistados, estavam 914 homens, dos quais 530 (58%) eram consumidores, e 998 mulheres, das quais 419 (42%) consumiam álcool. Os participantes eram de 113 municípios diferentes, sendo 929 de capitais e regiões metropolitanas e os demais 983 do interior.

Em relação à religião, 908 se declararam católicos e 501 evangélicos. A escolaridade também foi analisada: 27,3% tinham ensino fundamental, 47,59% ensino médio e 25,10% ensino superior completo. Quanto à renda, 46,39% recebiam até dois salários mínimos; 32,58%, entre dois e cinco salários; 10,30%, entre cinco e dez salários; e apenas 4,87% tinham renda acima de dez salários mínimos.

Mais dinheiro, mais álcool

Mais da metade (57%) dos brasileiros que recebem até dois salários mínimos não consomem bebidas alcoólicas. No entanto, 54% dos que ganham entre dois e cinco salários, 64% dos que recebem entre cinco e dez salários e 59% dos que ganham mais de dez salários consomem álcool regularmente. Isso confirma que, quanto maior a renda, maior a chance de consumo.

Com que frequência os brasileiros bebem?

Na semana anterior à pesquisa, 36% afirmaram não ter ingerido álcool, 19% consumiram até duas doses e 16% entre três e cinco doses, totalizando uma média de 4,5 doses semanais. Em relação à frequência, 20% disseram beber uma ou duas vezes por semana, 13% uma vez ao mês, 10% a cada quinze dias, 3% de três a quatro vezes por semana e 3% de cinco a sete vezes por semana.

Entre os jovens brasileiros de 18 a 34 anos, 58% afirmaram consumir álcool, número que cai para 55% entre os de 35 a 44 anos, 46% entre os de 45 a 59, e 35% entre os maiores de 60 anos.

Adolescentes entre 16 e 17 anos também foram analisados separadamente, dos quais 27% relataram ingerir bebidas alcoólicas. No entanto, segundo o artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990), é proibido o consumo de álcool por menores de idade, devido aos graves danos ao desenvolvimento físico e mental.

Por que diminuir o consumo é importante para alguns?

Segundo a conclusão do Datafolha, 34% dos entrevistados que não bebem citam os danos à saúde como principal motivo. Outros 21% afirmam não gostar do sabor, e 13% seguem orientações religiosas. Outros fatores incluem histórico familiar de dependência (8%), medo (7%), rejeição ao comportamento pós-consumo (7%) e desinteresse (3%).

Benefícios da redução do consumo

O psiquiatra Fernando Arruda afirma que o etanol presente em bebidas alcoólicas é mais cancerígeno do que a nicotina dos cigarros. Ou seja, os alcoólatras têm maior probabilidade de desenvolver câncer do que tabagistas. Segundo ele, diminuir o consumo de álcool reduz significativamente o risco de câncer e melhora o funcionamento de órgãos como o fígado, rins, coração e sistema nervoso central, responsáveis por metabolizar e filtrar as toxinas da bebida.

O médico também alerta que “a pior droga que existe é o álcool, porque é a porta de entrada para outras drogas”. Ele observa que grande parte de seus pacientes em clínicas de reabilitação começaram a usar outras drogas ao deixarem de sentir prazer com o álcool, como sentiam no início.

Dessa forma, abandonar o consumo de bebidas alcoólicas, especialmente as destiladas, reduz o risco de envolvimento com outras drogas e favorece a saúde física e mental.

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