Remédios naturais podem aliviar a dor, mas o tratamento médico pode variar de acordo a patologia.
Cristina Levano
Desde a primeira menstruação (em geral, aos 12 anos, mas pode ocorrer mais cedo ou mais tarde) até a entrada na menopausa (por volta dos 51 anos), a mulher pode chegar a ter aproximadamente 480 períodos menstruais, número que pode variar quando há casos de gravidez. Os dados são do National Health Service (NHS).
No período menstrual, é comum sentir certas dores. Algumas mulheres experimentam um desconforto mais intenso do que outras, devido às contrações do ciclo menstrual que acontecem no útero. No entanto, quando a dor menstrual deve ser motivo de preocupação? Às vezes, essas dores podem ser um alerta para condições ou doenças tratáveis, evitando desconfortos desnecessários.
Causas
As cólicas, em geral, são causadas pelas contrações uterinas do período menstrual geradas por uma inflamação fisiológica própria dessa fase. Quando não há uma causa patológica para a dor do período menstrual, ela é chamada de dismenorreia primária.
A dismenorreia primária é causada pela liberação de prostaglandina, um composto lipídico que age de forma semelhante a um hormônio. Algumas medidas simples, como a prática de exercícios físicos, dieta balanceada e aplicação de calor no local da dor pélvica, especificamente, podem diminuir os desconfortos. De acordo com a ginecologista Susana Mesquita, o tratamento pode ser feito com o uso de anti-inflamatórios e analgésicos.
Já a dismenorreia secundária é mais complexa: além dos efeitos da liberação de prostaglandina, a pessoa também sofre de alguma patologia ligada ao sistema reprodutivo, como endometriose, ovários policísticos, mioma, síndrome pré-menstrual(TPM), má-formação uterina, entre outras. Por isso, é importante consultar um médico.
Susana reforça que “o tratamento é variado e específico para cada patologia”. Ela explica que a dismenorreia secundária tem como sintoma principal a cólica intensa, além de prováveis complicações, como febre e dores durante relação sexual.
Caso você esteja em dúvida sobre a intensidade de suas dores, leve em consideração o que dizem os especialistas. Uma dor pode ser considerada intensa se atrapalha nas atividades do dia-a-dia e não melhora com tratamentos habituais (analgésicos e antinflamatórios).
Tratamentos
Os tratamentos para as dores menstruais primárias e secundárias são similares, tratados com analgésicos e antiinflamatórios, mas o que os diferencia é o período de tratamento. “As dores secundárias precisam de mais tempo para serem tratadas, o útero está mais inflamado, pois já se desenvolveu uma doença. Então, é uma doença ginecológica crônica”, explica Alice Santos, nutricionista de mulheres com miomas.
Além dos medicamentos, as dores primárias podem ser tratadas com remédios naturais tais como o chá de gengibre ou o chá de calêndula, que possuem propriedades anti-espasmódicas, analgésicas, anti-inflamatórias e calmantes, que ajudam a aliviar a dor da cólica,
Já entre os anti-inflamatórios, entre os medicamentos mais recomendados pelos médicos para a cólica, se encontram o Ibuprofeno, Ácido mefenâmico (Ponstan), Cetoprofeno (Profenid, Algie), Piroxicam (Feldene, Cicladol), Naproxeno e o Ácido acetilsalicílico (Aspirina).
Da mesma forma, analgésicos como o paracetamol (Tylenol) ou a dipirona (Novalgina), antiespasmódicos como a escopolamina ou butilbrometo de escopolamina, podem ser indicados pelo médico para a cólica menstrual.
Finalmente temos os anticoncepcionais, tais como: Pílula anticoncepcional oral, Adesivo transdérmico (Evra ou Lisvy), Anel vaginal (Nuvaring), Implante contraceptivo (Implanon ou Organon), Anticoncepcional injetável (Mesigyna ou Perlutan), DIU hormonal (Mirena), entre outros indicados por seu médico.
Os medicamentos contra a cólica, ao possuir tanto progesterona como o estrogênio, tem um grande benefício no corpo, pois proporciona saúde aos seus outros ovários fazendo com que a ovulação aconteça com maior fluidez e tranquilidade dando mais bem estar para mulher.
“Mas se esses hormônios não estão funcionando corretamente, é exatamente porque o anticoncepcional não deixa que isso aconteça, você não vai ter esses benefícios. Esses são os efeitos colaterais dos medicamentos,” continua Alice Santos.
Porém, mulheres que consomem esse tipo de medicamentos recorrentemente, têm mais chances de adquirir disbiose intestinal, hipertensão, diabetes, etc. Da mesma forma, estes medicamentos não tratam a causa da doença, eles apenas mascaram o sintoma da cólica menstrual. “Após tomar o remédio, a pessoa fica sem sentir nada, mas porque o medicamento mascara os sintomas, ou seja, ele faz com que o estrogênio e progesterona fiquem inativos no corpo,” diz a nutricionista.
Infertilidade?
Por si só, as cólicas não são, necessariamente, um problema. No entanto, a Dra. Susana reforça que, a qualquer sinal de fortes dores, é necessário consultar uma ginecologista. “A partir da doença achada, vários tratamentos podem ser propostos, desde o uso de medicações até a realização de cirurgias e medidas de reprodução assistida”, explica.
É importante lembrar que cada corpo é diferente, porém se você sente dor mais forte que o normal, não se automedique, procure um médico com urgência, pois eles saberão como aliviar sua dor e tratar com mais segurança seu caso.