Quase metade dos graduados no Brasil trabalha em empregos que não utilizam seus diplomas

In Economia, Geral

De acordo com o IPEA, além de trabalharem fora da área, recebem menos do que o diploma oferece.

Luiza Strapassan

Os resultados da pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) apontam que 38% dos graduados no Ensino Superior atua fora da área de formação. Dentro desse grupo, os jovens são ainda mais prejudicados, sendo 44% atuando fora da área. Muitos ganham até 72% menos do que o diploma ofereceria. 

As causas são várias, mas não começaram agora. De acordo com uma das autoras do estudo e pesquisadora do IPEA, Maria Andreia Lameiras, com a crise e a população mais escolarizada, as pessoas acabaram aceitando um emprego abaixo da sua qualificação com medo do desemprego.

Ainda segundo a pesquisadora, apesar de ter mais pessoas formadas ser um ponto positivo, a crise econômica do país trouxe um cenário negativo, com menos criação de empregos para carreiras de nível superior – e quando são criados, são muito exigentes e/ou de baixa remuneração.

Falta de novas oportunidades ou escolha?

No caso do representante de vendas e formado em Letras, Mauro Martins, trabalhar fora da área de formação não foi uma falta de oportunidade e sim uma escolha. “Não quis seguir carreira, preferi continuar na área de vendas”, afirma. Apesar disso, ele acrescenta: “A faculdade me ajudou a ter condições de almejar algo maior na minha profissão, me deu condições de evoluir na minha área”. 

Apesar dos números apontarem uma baixa salarial para os que trabalham fora do campo de formação, existem casos em que a remuneração compensa. “Estou muito satisfeito, faço o que gosto e meu salário não é inferior ao de um professor universitário”, afirma Mauro.

Importância dos primeiros empregos na área de formação

De acordo com o professor do projeto “Managing the Future of Work”, realizado pela Harvard Business School, Joseph Fuller, os primeiros empregos ou estágios dos graduados precisam ser na área do diploma. Caso contrário, desenvolvendo habilidades sem ligação à carreira, não há nenhum retorno para a ocupação em que foi dedicado o tempo de estudo.

Apesar de não ser tão fácil, existe um caminho estratégico para conseguir um primeiro emprego ideal. Durante a formação, procurar estágios com atividades relacionadas já coloca o profissional a frente em questões curriculares e práticas. Além disso, atividades extracurriculares, como cursos de idiomas ou aulas especiais, acrescentam muito.

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