O festival de rock acarreta movimentação na economia do Rio de Janeiro por meio de hotéis, passagens e gastos no evento.
Hellen de Freitas
Com sete dias de programação, o Rock In Rio é um dos maiores festivais de música da atualidade, no qual pessoas de todos os cantos do mundo vêm para aproveitar shows, comida e o ambiente proporcionado pelo evento.
Por conta da grande movimentação de pessoas, sejam elas visitantes ou não, alguns aspectos estão movimentando a economia como, os hotéis, passagens aéreas e gastos variados na própria cidade por conta da festividade.
No total, os sete dias tiveram mais de mil artistas e 300 shows, criaram 28 mil empregos de maneira direta para a população. Devido a esse enorme fluxo, 1,7 bilhão de reais foram gerados para a cidade do Rio de Janeiro.
Setor hoteleiro e imobiliário
De acordo com o Sindicato Patronal de Todos os Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro (Hotéis Rio), era previsto uma ocupação de 52 mil quartos entre os dias 2 e 12 de setembro, período do festival. No total foram confirmados 360 mil visitantes de outros estados do país e 10 mil do exterior, sendo estes de 21 países.
O Copacabana Palace, por exemplo, hotel cinco estrelas famoso da cidade do Rio de Janeiro, ficou com suas acomodações lotadas para os dois fins de semana do evento. A diária dele está entre mil e trezentos reais nos quartos mais baratos, e a partir de cinco mil reais nos mais caros.
Segundo Eduardo Monteiro, head em gestão de ativos imobiliários e sócio fundador da empresa Rio by Rio Homes, o período do Rock In Rio, carnaval e outras festividades, é quando ele e sua equipe mais se preparam para receber hóspedes de todas as partes do Brasil e países vizinhos.
Eduardo possui 13 imóveis, entre a Zona Sul, Orla da Barra e Região Olímpica, áreas próximas ao evento, e menciona que todos os seus imóveis foram alugados. “Dos 7 dias de festival, tivemos 11 datas com ocupação de 100% em todas as unidades, antes e depois do festival. As reservas foram confirmadas desde janeiro até março de 2022”, declara.
Passagens aéreas
Graças ao aumento de turistas no Rio de Janeiro, as passagens tiveram um crescimento de compra para que fãs pudessem assistir seus cantores e bandas favoritos. Contudo, muitas pessoas reclamaram do alto preço, afinal, o valor das passagens aéreas subiu 77% em um ano por conta do aumento do dólar e do preço dos combustíveis.
Devido ao alto custo de transporte para participar dos shows, fãs optaram por não comparecer ao Rock In Rio, muitos ainda tiveram que vender seus ingressos por não conseguirem arcar com o preço das passagens.
Gastos dentro da cidade do Rock
Vale citar também, que as despesas não acabam quando se entra no evento, a cidade do Rock também tem seus custos, sejam eles alimentícios ou com produtos variados disponibilizados pelas marcas.
Gabriela Montico, estudante de fisioterapia, disse quanto gastou ao longo do evento desde a locomoção à hospedagem. Ela comprou o ingresso assim que foi liberado, através do Rock In Rio card, no valor de 280 reais por dia do festival. A estudante compareceu nos dias 3 e 4 de setembro, sábado e domingo.
Por morar em Campinas (SP), teve que ir de carro até o Rio de Janeiro, gastando cerca de R$59,70 de pedágio e aproximadamente R$196,20 de combustível. Já a hospedagem ficou três mil reais, para quatro dias. Ela e mais três pessoas alugaram um apartamento na Barra da Tijuca, para passar os quatro dias na cidade.
Já no Rock In Rio, Gabriela contou que consumiu em torno de 100 reais nos dois dias de show, principalmente com comida e água. O desembolso foi menor por levar alguns alimentos à parte para que pudesse economizar.
Mas, e no final, todo o dinheiro investido vale a pena? Segundo ela, sim, pois é diferente de tudo que já experimentou. ‘’É uma experiência única. Claro que como eu moro longe acabou saindo um pouco mais caro do que para quem mora no estado do Rio de Janeiro, mas cada centavo valeu a pena. O valor do ingresso super compensou tudo que vivemos lá dentro, pois parece que estamos em um lugar mágico quando entramos na Cidade do Rock’’, declara.
Foto da capa: Rubens Monteiro