O reforço é necessário após a queda da eficácia das primeiras doses da vacina contra a COVID-19
Paula Orling
O governo paulista passa a oferecer uma dose de reforço da vacina contra a COVID-19 a partir da segunda-feira (20). A terceira dose é aplicada em idosos a partir de 80 anos e imunossuprimidos acima de 18 anos. O objetivo dessa nova imunização é fortalecer a eficácia das primeiras vacinações, uma vez que se mostram menos efetivas com o passar do tempo.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, 380 mil doses foram distribuídas para os municípios paulistas, os quais são orientados a utilizar a vacina Pfizer em idosos que tomaram a segunda dose ou a dose única há, pelo menos, seis meses. Em todo o estado, os imunossuprimidos podem tomar a dose de reforço 28 dias após a última vacina. Além desses grupos, indígenas aldeados também são autorizados a receber a dose de reforço. Apenas na cidade de São Paulo a aplicação da vacina deve ser oferecida para um grupo que soma um total de 162 mil pessoas.
Maria Rodrigues de Melo, de 81 anos, mora no estado de São Paulo e conta que está ansiosa para tomar a dose de reforço. “Isso tira um pouco do medo da gente, medo de ficar doente”, admite a senhora. Além de buscar continuar saudável, Maria compartilha que perdeu dois filhos ainda este semestre e considera a vacina uma forma de honrar a memória dos filhos.
O Ministério da Saúde passou a recomendar a Pfizer para as doses de reforço, indicação contrariada pelo governador do estado de São Paulo, João Dória. Até terça-feira (21) o estado incluiu doses da CoronaVac como opção de reforço na vacinação. A partir da quarta-feira (22) a recomendação do Ministério da Saúde foi acatada.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, apenas idosos acima de 89 anos e imunossuprimidos acima dos 60 anos são autorizados a agendar a vacinação complementar. Já em alguns outros estados, como Santa Catarina, apenas idosos de maior risco estão sendo vacinados.
O Rio de Janeiro distribuirá a dose de reforço da vacina do Butantã apenas para aqueles que tomaram as primeiras doses de outra vacina. Outros 20 estados optaram por reforçar a prevenção com doses de Pfizer, AstraZeneca e Janssen. Os estados do Acre, Amapá, Rondônia, e Sergipe ainda não se pronunciaram.
É seguro tomar a dose de reforço?
Idosos e imunossuprimidos são os grupos que o Ministério da Saúde reporta como os mais suscetíveis a contrair e sofrer com a COVID-19. A este respeito, o diretor de Serviço de Vigilância em Saúde da prefeitura de Caçador, Celio Becker, aconselha a todos tomarem a dose de reforço. “É importante entender que vacinas evitam casos graves de COVID.19, desta forma podemos até nos infectar, mas teremos uma forma branda da doença”, conta.
A Johnson&Johnson, fabricante da vacina Janssen, informa que realizou uma pesquisa com 30 mil pessoas nos Estados Unidos. Os dados divulgados pela empresa indicam que não houve redução na eficácia durante o estudo, mesmo com o alastramento da variante delta nos EUA. Os fabricantes das vacinas Pfizer e Moderna afirmam que a eficácia de suas vacinas diminui com o tempo e, portanto, a aplicação de uma dose de reforço é indicada.