Muitas pessoas deixam de buscar a terapia por falta de proximidade com seus irmãos.
Kleber Paim
Diego e Daniele Hypolito, ginastas brasileiros, participaram da edição 25 do reality BBB que aconteceu no início do ano, foi a primeira vez que um casal de irmãos participa do reality da Globo. Em uma relação de irmãos, acontecem muitas brigas, divergências, o sentimento de comparação vem à tona quando se trata de irmãos. Com essa experiência de conviver confinado com seu próprio irmão, muitas perguntas foram levantadas, principalmente se é possível conviver com um membro da sua família em um ambiente tão desafiador, por tanto tempo.
Marcos Moreira conta como era sua convivência com seus irmãos na infância. “Eu tenho dois irmãos, um irmão que tem 17 e a minha irmã que tem 15, eu sou o mais velho, tenho 22. Ao longo da vida eu não fui um bom irmão, quando eu era mais novo, sempre fui de ficar zuando eles em casa, fazendo bullying mesmo. Acho que por conta disso, hoje em dia, eles têm dificuldade de confiar em mim. Eu me arrependo muito”, afirma.
A ajuda da terapia de irmãos
De acordo com uma pesquisa realizada pela Doctoralia, houve um aumento significativo na procura de profissionais especializados no tratamento da saúde mental, em comparação com 2022. Entretanto, a terapia para irmãos não é muito visada hoje em dia e dados mostram que irmãos não procuram a terapia pois não sabem conversar ou se abrir um com o outro.
Marcos fala sobre sua experiência com a terapia. “Eu já fiz terapia e me ajudou muito, abriu a minha mente na época para o que eu precisava, e eu sei que se algum dia, se eu e meus irmãos estivermos na terapia muita coisa vai melhorar, eu amo muito eles, queria poder me aproximar mais”, afirma.
Além disso, ele comenta como é a relação com seus irmãos atualmente. “Mal converso com eles, eu moro aqui no Rio de Janeiro, eles moram com meus pais em Minas Gerais, então queria poder mudar isso, sinto que naquela época fui um idiota e imaturo”, completa.
Por outro lado, Ian Mamprin conta como foi sua infância com sua irmã mais velha e a relação com ela hoje. “Quando eu era pequeno, tinha sim esse afastamento, mas por conta da idade a mentalidade era diferente. Mas com o passar do tempo, eu fui crescendo e amadurecendo, com isso a gente se aproximou, viramos melhores amigos. Hoje dificilmente discutimos, nunca tivemos uma grande briga, antigamente brigávamos mais por conta da diferença de idades, mas hoje é bem mais tranquilo”, termina.
Ian, também comenta a importância da terapia para ter um relacionamento mais saudável com os irmãos. “A terapia com certeza ajuda e muito, é extremamente importante para reconstruir laços, não tem como a pessoa saber um sentimento seu sem se abrir um com o outro, então eu acho sim que a terapia ajuda”, finaliza.