A proposta inclui libertação de reféns, entrega de armas e cessar-fogo.
Vefiola Shaka
O membro da alta cúpula do Hamas e negociador-chefe Khalil Al-Hayya declarou oficialmente nesta quinta (09) o fim da guerra com Israel, devido às conversas mediadas pelos Estados Unidos e países árabes. Ele afirmou ter recebido garantias americanas e árabes de que o cessar-fogo será permanente.
Horas depois, o Conselho de Segurança de Israel também ratificou o acordo, que prevê a liberação de reféns e fim dos bombardeios.
Israel e o grupo Hamas já haviam assinado no dia anterior um acordo de paz que marca o início da primeira fase de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O anúncio foi feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que é o mediador do processo.
Segundo Trump, o entendimento entre as partes representa o início de um processo gradual de pacificação. Nesta etapa inicial, o Hamas se comprometeu a libertar todos os reféns vivos até a segunda-feira (13), enquanto Israel deverá libertar prisioneiros palestinos.
Além dos americanos, autoridades da Turquia participaram de negociações que resultaram neste acordo de paz. Estados Unidos, Catar e Egito, os mediadores do acordo, além de Israel, também farão parte da força-tarefa.
A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, matando mais de 1.200 pessoas e sequestrando outras 251. Desde então, mais de 60 mil palestinos morreram em Gaza, segundo números de autoridades ligadas ao Hamas.
O acordo
O plano de paz, apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determina que o Hamas terá até 72 horas para libertar todos os reféns, vivos ou mortos. Israel calcula que, dos 48 reféns, apenas 20 ainda estejam com vida.
Em contrapartida, o país deverá libertar cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo pessoas condenadas à prisão perpétua.
De acordo com a imprensa dos Estados Unidos e de Israel, o Hamas afirmou não saber onde estão todos os corpos dos reféns. O número exato de desaparecidos ainda não foi confirmado, mas estima-se que seis ou sete corpos estejam em local incerto. Ao todo, 28 dos 48 reféns que permaneciam sob poder do grupo morreram, segundo autoridades israelenses. Oficialmente, o Hamas ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Trump afirmou que todos os reféns vivos devem ser libertos até segunda-feira (13). Segundo ele, a proposta representa o início da primeira fase de um processo mais amplo para encerrar a guerra na Faixa de Gaza.
Início do cessar-fogo
Ainda não há data confirmada para o início oficial do cessar-fogo. De acordo com a agência AFP, a assinatura formal do tratado ocorreu às 6h (horário de Brasília) desta quinta-feira. Trump, que foi convidado para discursar no Parlamento israelense, deve viajar ao país nos próximos dias e não descartou visitar a Faixa de Gaza.
Apesar do anúncio, ainda há pontos indefinidos. Não se sabe se o plano proposto pela Casa Branca foi aceito integralmente por ambas as partes ou se sofreu alterações durante as negociações. Em uma rede social, Trump declarou que este é apenas o “primeiro passo” rumo à paz, o que indica que novas etapas ainda deverão ser discutidas.
Também permanecem incertas questões como a futura transição de governo na Faixa de Gaza e se o Hamas se comprometeu, de fato, a entregar suas armas.