Crise energética na Europa afeta o turismo

In Economia, Geral, Mundo

Países estão fazendo ações que visam economizar energia para o inverno.

Lana Bianchessi

A crise energética em alguns países da Europa tem apagado pontos turísticos que são conhecidos pela sua iluminação. O continente também tem limitado o uso de aquecedores com a proximidade do inverno e as lojas têm deixado menos lâmpadas ligadas durante o expediente. 

Medidas de cada país

Em Paris, as luzes da Torre Eiffel estão sendo apagadas todos os dias às 23h45 do horário local, 1 hora e 15 minutos antes do convencional, desde 23 de setembro. As luzes do Palácio de Versalhes passam pelo mesmo processo, uma hora antes do normal, e as da pirâmide do museu do Louvre, duas horas antes. Medidas de economia de energia também deverão afetar as decorações de Natal, que ficarão menos iluminadas do que em anos anteriores.

No Reino Unido, muitos pubs (bares típicos de influência Britânica) ficaram ameaçados de fecharem por conta da inflação no país, que chegou ao nível mais elevado em 40 anos, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS). A situação fez o governo anunciar um plano para subsidiar 50% das contas de luz e gás das empresas durante seis meses.

Na Alemanha, o governo parou de iluminar 200 monumentos, incluindo o Palácio de Charlottenburg, a Coluna da Vitória e o Portão de Brandemburgo. A medida foi tomada por conta de cortes no fornecimento de gás pela Rússia. O governo alemão também determinou que prédios públicos devem reduzir o limite de aquecimento para 19 °C e que a iluminação de prédios e de espaços publicitários deve ser desligada às 22 horas. 

A Itália e a Espanha impuseram limites de temperatura no aquecimento de espaços públicos, o que afetou uma série de estabelecimentos que têm atendimento ao público.

Causa da crise energética

A economista Ana Alves, diz que o principal motivo desta crise é unicamente a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. “A Rússia é um dos grandes produtores de gás na Europa, muitos países dependem exclusivamente desse gás para gerar energia. Quando existe esse conflito, faltará esse gás e faz com que aumente o seu preço”, explica ela. 

Isso afeta diretamente os moradores, como é o caso da estudante Maya de Oliveira Vitorino, moradora de Portugal há um ano. Ela comenta que notou os preços subindo e que sua família tomou algumas medidas para economizar energia. “Aqui em casa evitamos ligar muitas luzes e não pretendemos ligar os aquecedores nesse inverno por causa dos valores altíssimos. Nas lojas também vemos que a quantidade de luzes ligadas é menor”, expõe.  

Alternativas possíveis 

As opções podem ser um pouco complicadas e os países já têm buscado novos fornecedores, mas não sabem se seria o suficiente para resolver o problema da crise, é o que esclarece a economista. “A melhor das opções seria o fim da guerra, buscar fontes alternativas, fazer campanhas de conscientização, que é algo que já está acontecendo, antes que chegue o inverno rigoroso“, complementa. 

Maya ainda fala sobre as diferenças no turismo que ela notou enquanto moradora: “As viagens vão ficar muito mais caras de avião ou mesmo de carro. Internamente, os restaurantes e hotéis já se apresentam incapazes de conciliar os valores altíssimos. Com certeza será um inverno complicado”. 

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