Data comemorativa conscientiza sobre as necessidades especiais na sala de aula.
Raíssa Oliveira
O Dia Mundial da Síndrome de Down é comemorado em 21 de março, sendo uma data para conscientizar sobre a importância de uma sociedade inclusiva e que busca as mesmas oportunidades para todos. Essa data foi escolhida porque faz referência à trissomia do cromossomo de mesmo número, conhecida também como Síndrome de Down.
Sobre a Síndrome de Down
De acordo com o conceito divulgado pelo Ministério da Saúde, a Síndrome de Down é uma alteração genética causada por um erro na divisão celular durante a divisão embrionária. Assim, os portadores da síndrome possuem três cromossomos no par 21, ao invés de possuírem dois.
Apesar da origem desconhecida, é muito comum em humanos e a principal causa de deficiência intelectual. O material genético excessivo no menor cromossomo humano afeta muitos aspectos desde muito cedo, como no período de escola e aprendizagem e até mesmo depois, na vida adulta.
Desafios na aprendizagem e no convívio social
Fernanda Rosa realiza um atendimento educacional especializado na área. Ela comenta sobre as principais dificuldades e as medidas utilizadas para auxiliar e tentar reduzir as desigualdades dentro do ambiente escolar e no mercado de trabalho. “Comunicação é um fator importante, a estimulação precisa começar após o nascimento e continuar com uma terapia de fonoaudiologia, isso ajuda muito. Também sentimos a necessidade de trabalhar as atividades da vida diária, que é uma dificuldade na vida adulta”, explica.
“Na sociedade ainda temos muito o que avançar em relação ao preconceito. O mercado de trabalho é um entrave. Existem vagas, mas muitos não estão preparados para assumir as vagas ou as famílias ficam inseguras em deixar eles irem trabalhar”, ressalta Fernanda.
Experiências reais
Arlete Costa é mãe do Bernardo, que tem Síndrome de Down. Ela conhece de perto as necessidades especiais e as experiências do filho na escola. “No processo de desenvolvimento e aprendizagem dentro da sala de aula, teve um grande diferencial no período em que ele frequentava uma escola privada nos anos iniciais, na qual professores acreditavam no potencial dele, sendo um aluno igual aos outros e não uma criança com deficiência”, explica.
Ela também cita que no ensino estadual existem alguns obstáculos que precisam ser superados. “Ainda tem professores com certa resistência em elaborar e adaptar uma atividade para o entendimento dele, baseado no conteúdo que está sendo explicado na turma, embora tenha uma sala de atendimento educacional especializado com professores maravilhosos. O convívio com colegas, professores e funcionários é maravilhoso, todos adoram ele porque é muito comunicativo”, relata.
“Inclusão é isso. Primeiro você vê a pessoa e depois a deficiência”, finaliza Arlete.