Juliano Santos
Cerca de 1 a cada 5 brasileiros são atingidos pela obesidade nos últimos 10 anos segundo pesquisa feita pelo Ministério da Saúde
A obesidade cresceu 60 % no Brasil, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Em dez anos a prevalência da obesidade passou de 11,8 % em 2016 para 18,9% no ano passado, atingindo cerca de um em cada cinco brasileiros.
Os dados são parte da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e proteção para doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIgitel) realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do país. De acordo com a pesquisa, o crescimento da obesidade é algo que corrobora com o aumento da diabetes, hipertensão e até doenças crônicas não transmissíveis que pioram a condição de vida e podem até matar. Em 2016 o diagnóstico médico de diabetes passou para 8,9% e o de hipertensão que em 2006 que chegava a 22, 5% foi para 25,7% em 2016.
O excesso de peso e a obesidade são calculados pelo Índice de Massa Corporal (IMC) que, mesmo mostrando a classificação do indivíduo em relação ao seu peso, também é um indicador de risco para a saúde e tem relação com várias complicações metabólicas. O IMC divide o peso da pessoa por sua altura ao quadrado, considera-se com excesso de peso os índices iguais ou maiores que 25kg. A obesidade, por sua vez, é considerada a partir de índices iguais ou maiores que 30kg.
O excesso de peso e a obesidade possuem diferenças. A nutricionista Michelle Barbosa explica que a doença é dividida por grau. “ A pessoa obesa deve observar em qual grau de obesidade ela está, pois isso pode desenvolver algumas doenças de risco. Quanto maior quantidade de gordura abdominal que a pessoa apresenta, maior o risco de enfermidades”, adverte.
Pessoas com obesidade sofrem diversos problemas em seu cotidiano. O estudante Nycollas Petrucio teve a infância conturbada por ser obeso. Ele conta que não conseguia correr como seus colegas de escola e alguns tinham certo preconceito pelo fato dele ser gordo. “Fui diagnosticado com 11 anos, pesava 79kg naquela época. Eu cresci e com 17 anos cheguei aos 124kg, o maior peso que tive até hoje”, afirma. Quando Petrucio decidiu ir para a faculdade, começou a fazer uma dieta radical e emagreceu 23kg em 47 dias. “Eu posso estar bem melhor fisicamente, mas ainda sou obeso porque isso é consequência do distúrbio mental de querer comer pela falta de controle da ansiedade”, completa.
A pesquisa realizada ainda aponta a constante mudança de hábito alimentar da população brasileira assim como ocorreu com Petruccio. Os dados mostram uma minoração da ingestão de ingredientes considerados tradicionais como arroz, feijão e salada. O consumo regular de feijão diminuiu 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016. Apenas 1 entre 3 adultos consomem frutas e hortaliças em cinco dias da semana. Entre as mudanças positivas, a pesquisa apresenta a redução do consumo regular de refrigerante ou suco artificial. No ano de 2007, o índice era de 30,9%, já em 2016 chegou a 16,5%.
Nos últimos tempos houve um aumento da pratica de atividade física. De acordo com o Ministério da Saúde, 30,3% da população fazia pelo menos 150 minutos de exercícios por semana em 2009. Já no ano passado a predominância foi de 37,6%. Segunda a pesquisa, a faixa etária com maior pratica de atividade física no tempo livre são dos jovens de 18 a 24 anos.
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