Dados coletados entre 1990 e 2022 pela OMS foram divulgados na revista científica “The Lancet”.
Nicoly Moura
Um relatório global dirigido pelo NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC) com a ajuda da OMS, alerta sobre a crescente taxa de obesidade no mundo. Os dados divulgados em 29 de fevereiro deste ano pela revista científica “The Lancet”, revelam que a obesidade entre os adultos mais que dobrou desde 1990 e quadruplicou entre crianças e adolescentes com idade entre 5 e 19 anos. O estudo ainda revela que em 2022, 43% da população adulta era obesa.
Conforme a pesquisa, uma em cada oito pessoas vive com obesidade no mundo. Em 2022, 879 milhões de adultos e 159 milhões de crianças e adolescentes viviam com obesidade, um total de mais de um bilhão de pessoas acometidas por essa doença. Ainda neste período, o Brasil ocupou o 54º lugar na posição geral de obesidade em crianças e adolescentes.
Enfrentando a obesidade
Apesar da abrangência e da gravidade dessa doença, muitas pessoas têm lutado para vencer a obesidade, como é o caso de Sérgio Vieira da Silva, que é servidor público. Ele encarou a obesidade em 2016. Sérgio conta que na época estava trabalhando muito, se alimentando mal e não praticava nenhum exercício físico. “Meu IMC era quase 35, já estava em obesidade 2. Para minha altura de 1,78m, eu tinha que pesar 110kg”, afirmou.
Sérgio ainda relata quando percebeu que estava com problemas. “Quando percebi que estava ficando uma pessoa cansada, sem disposição pra nada. Só sabia comer e era muito sedentário”, conta. Ele ainda tem como algo marcante a dificuldade que teve para comprar roupas em determinado momento.
Obesidade: quais os riscos à saúde?
A obesidade é considerada uma doença mundial que facilita o surgimento de doenças crônicas, alerta o nutricionista Fhilipe Ferreira (CRN- 31832). “Ela pode ser atrelada a outros tipos de doenças como diabetes, hipertensão, infarto, gordura no fígado”, afirma. A obesidade é uma doença que pode matar já que está relacionada com outras doenças graves.
De acordo com o nutricionista, existem alguns alimentos que colaboram com o aumento da gordura corporal, porém, ele alega que o principal fator se dá pela quantidade que você come desses alimentos. É o que a gente chama de superávit Calórico. “Normalmente, a obesidade e o aumento da gordura corporal vem por um superávit calórico. Então, alimentos como o bacon, calabresa ou um grande teor de gordura e carboidrato na alimentação, fazem com que você tenha um aumento de gordura corporal e também obesidade”, explica.
Como tratar a doença?
A melhor forma de tratar a obesidade é aderindo um novo estilo de vida. “É preciso ajustar a sua alimentação e procurar um nutricionista para estar te prescrevendo uma dieta balanceda”, ressalta Fhilipe. Além disso, o gasto calórico é essencial para o emagrecimento e isso pode ser feito através de exercício físico, seja corrida, seja ciclismo, seja musculação, crossfit, qualquer fator de atividade física.
E foi essa mudança de hábito que fez Sérgio emagrecer 27 kg. Ele conta que passou a se alimentar melhor e a praticar atividades físicas, como correr e jogar bola. Atualmente, com um corpo saudável, Sérgio desfruta de uma vida leve e com mais disposição.
Queda na subnutrição infantil
Ainda de acordo com o documento, as taxas de subnutrição infantil – condição de uma pessoa que ingere pouco ou não ingere nutrientes, vitaminas e minerais suficientes para o desenvolvimento do organismo – tiveram uma queda de mais de um terço em meninos e um quinto em meninas. Apesar da redução nas taxas de baixo peso em crianças, esse quadro continua sendo preocupante.