Proteínas devem ser consumidas com equilíbrio, segundo especialistas.
Késia Grigoletto
O excesso do consumo de proteínas aumenta o risco de doenças cardiovasculares, aponta um estudo realizado pela Universidade de Pittsburgh nos Estados Unidos e publicado pela revista científica Nature Metabolism. Ainda segundo a pesquisa, se 22% das calorias ingeridas diariamente forem proteínas, as chances de se desenvolver aterosclerose aumentam substancialmente.
A médica clínica geral Hortência Prates explica que “a aterosclerose é a doença de formação de placa de gordura nas artérias, é um processo de formação de placa de gordura que vai aumentando o risco cardiovascular, isso vai causando os entupimentos. As placas de ateroma causam o aumento do risco de infarto e o aumento do risco de AVC ao longo do tempo”.
Como a pesquisa foi feita?
Os pesquisadores fizeram estudos clínicos em humanos e experimentos em camundongos. Os estudos contaram com a participação de 23 pessoas que foram configurados em dois grupos diferentes.
O primeiro grupo tinha 14 participantes e recebeu uma refeição líquida padrão, que continha 10% das calorias totais de proteínas, 17% de gorduras e 73% de carboidratos. A segunda refeição recebida pelo grupo tinha um alto teor proteico com 50% das calorias provenientes de proteínas.
O segundo grupo teve 9 participantes que receberam a primeira refeição com 15% das calorias como proteínas, 35% como gorduras e 50% de carboidratos. A segunda refeição que era rica em proteínas, tinha 22% das calorias totais como proteínas, 30% como gordura e 48% como carboidratos.
Durante esse processo, os cientistas analisaram o comportamento da leucina, aminoácido fornecedor de energia, que quando consumida em excesso facilita o desenvolvimento da aterosclerose. Esse excesso ocorre em refeições com alto teor proteico, com mais de 25 gramas do nutriente em uma refeição.
O experimento feito com camundongos concluiu que quando a refeição dos roedores tinha um alto teor proteico, existia uma maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares.
A importância do balanceamento alimentar
De acordo com o nutricionista William Cogo, o bom consumo de proteínas gera reconstrução do tecido muscular, isso faz com os ossos e articulações fiquem bem protegidos, entretanto, o excesso pode ser prejudicial. “A proteína consumida em excesso aumenta o risco de doenças cardiovasculares, a absorção do fígado também pode ser prejudicada”, ressalta.