Até agora, as pesquisas apontam ser a maior alta desde 2011 chegando a bater o recorde de 1,36% no aumento do valor das locações.
Alejandro Silva
Segundo um relatório feito pela FipeZAP (índice trimestral de preços de imóveis), os aluguéis residenciais tiveram um aumento de 1,36% em fevereiro, resultando na maior alta desde dezembro de 2011 e, assim, fechando um ciclo de 12 meses em alta.
A alta ficou acima da inflação com um percentual de 1,01%, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, uma apuração feita pelo Índice Geral de Preços, da Fundação Getúlio Vargas, aponta que a taxa ficou abaixo da inflação, com uma porcentagem de 1,83%.
No estudo, foram monitoradas 11 capitais em um período de 12 meses, dessas, cinco apresentaram um avanço maior nos preços, são elas: Curitiba (+15,73%), Fortaleza (+14,37%), Goiania (+14,10%), Florianópolis (13,46%) e Recife (+12,54%).
Preço médio de locação residencial
Com base em dados de 25 cidades também monitoradas pelo índice FipeZAP, o preço médio do aluguel de imóveis residenciais foi de 32,26 reais por metro quadrado em fevereiro de 2022.
Já neste mês, comparando os levantamentos de taxas nas capitais acompanhadas, São Paulo apresentou no último período o preço médio mais elevado nas locações residenciais (R$ 40,25/m²), seguida pelos valores médios registrados em Recife (R$ 36,77/m²), Brasília (R$ 34,62/m²) e Rio de Janeiro ( R$ 32,91/m²)
No entanto, as capitais: Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre apresentaram um valor menor nos aluguéis, tendo uma variação de 19,65 reais até 24,99 reais por metro quadrado.
IGP-M acumula alta
O Índice Geral de Preços subiu 1,82% em janeiro, resultando em uma alta de 16,91% em 12 meses. Para aliviar o bolso dos locatários, a Mar de Jurerê Imóveis estabeleceu um reajuste menor do que o índice. “Negociamos a maioria dos nossos contratos para índices próximos dos 10%”, afirma a empresa. Além disso, a imobiliária realiza reajustes para amenizar as altas. “Para novos contratos, buscamos novos índices para reajuste.”
Para Michele Ribeiro, moradora de um condomínio residencial no município de Engenheiro Coelho, o preço do aluguel realmente teve uma alta nos últimos meses, o que ocasionou certas medidas: “Ano passado minha casa teve reajuste, e por isso tive que me mudar para uma casa menor. O reajuste aconteceu no valor de 5% a mais, o reajuste já estava previsto no contrato, mas é frustrante saber que mesmo no contexto da pandemia, muitos locadores cobram um preço absurdo”, declarou.
Com a retomada da economia, a expectativa da Fundação Getúlio Vargas, é que o preço médio dos aluguéis sigam acelerando em 2022.