Gabriel Buss
Só em São Paulo foram registrados mais de 30% dos casos
O ano de 2016 registrou um grande aumento de afastamento por depressão adquirida no local de trabalho. Foram ao todo 3393 casos, sendo que somente no estado de São Paulo foram deflagrados 1124 ocorrências. Se comparado ao ano de 2015, houve aumento de 11%. Em 2015 o estado havia registrado 1011 casos.
A psicóloga Keila Cristina afirma que o ambiente de trabalho, a pressão e até o modo autoritário dos superiores podem desencadear a doença. “O ambiente competitivo, a pressão por resultados e o não reconhecimento são alguns fatores”, diz. Para Keila, a correria e até a falta de companheirismo sincero pode deixar a pessoa depressiva. “A indefinição de objetivos e expectativas também contribuem para isso”, afirma.
Maura Lopes, que saiu de uma empresa por ter adquirido depressão, afirma que o elevado nível de exigências fomentou o desenvolvimento da patologia. “Eles solicitavam muito da minha responsabilidade”, afirma. Ela diz ainda que as empresas se importam com os funcionários de modo básico, mas sempre estão exigindo muito além. “Na medida do possível eles auxiliavam os funcionários. Aparentemente se importavam conosco, entretanto a empatia era apenas superficial”, lamenta.
Keila declara que, para evitar a depressão mesmo diante do excesso de trabalho, é importante criar metas e objetivos dentro do seu ambiente profissional. “É importante delimitar objetivos e resolver pendências”, ressalta. Ela enfatiza, porém, que as situações são relativas e, portanto, devem ser vivenciadas e interpretadas de modos diferentes.
Maura relata que, em seu caso, aos poucos perdeu a vontade de fazer suas obrigações. “Aos poucos as coisas se tornaram indiferentes e por fim perdi a vontade de viver”, finalizou.
Segundo a psicóloga, existem maneiras de perceber se uma pessoa está ficando tendenciosa ou está entrando em depressão por alguns comportamentos que se tornam notáveis. Ela afirma que a diminuição do rendimento do trabalho, falta de atenção, entre outras coisas podem apontar para a doença. “Sintomas como falta de motivação, redução na produção, insatisfação com as coisas e negativismo são fatores que devem ser olhados com atenção”. Além disso, as empresas e os próprios supervisores podem enxergar esses sintomas e analisar para que não sejam confundidos com outras doenças. “Todos os que sentem esses sinais devem procurar ajuda profissional”, recomenda.
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