Testes para sífilis são gratuitos e têm resultados disponíveis em até 30 minutos.
Diogo Cruz
De acordo com o Ministério da Saúde, entre janeiro e junho de 2022 foram registrados 122 mil novos casos de sífilis no Brasil. Dentre os casos, a quantidade é de 79,5 mil para infecção adquirida, 31 mil em gestantes e 12 mil para sífilis congênita.
A sífilis é uma infeção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria treponema pallidum. Ela pode apresentar diferentes manifestações como: sífilis primária, secundária, terciária e latente.
Segundo a médica infectologista Elna Amaral um dos motivos principais do aumento de casos de contaminação pela doença é a infecção ser silenciosa. Ela só é detectada quando ocorre o aumento do número de testagens. A médica ainda diz que outro fator que aumenta o número de casos é o paciente não seguir de forma correta o tratamento. “É uma infecção que tem cura, mas nem todo mundo toma todas as doses do medicamento, isso faz com que a infecção persista e siga sendo transmitida”, pontua.
Diagnóstico
O Serviço Único de Saúde (SUS) disponibiliza o teste rápido (TR) de sífilis, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em no máximo 30 minutos. Esta é a principal forma de diagnóstico da doença e não tem a necessidade de estrutura laboratorial.
Segundo a infectologista os postos fazem todo o procedimento para o tratamento. “Somente os casos em que não há resposta ao tratamento ou complicações da sífilis são encaminhados ao infectologista”, afirma.
O teste rápido é distribuído pelo Departamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e pelas Secretarias de Vigilância em Saúde para ampliar a cobertura diagnóstica da doença. Quando o resultado é positivo, uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial para confirmação do diagnóstico.
Sintomas
Os sintomas e sinais da doença variam de acordo com cada tipo de infecção. Na sífilis primária, um dos primeiros sintomas é a presença de feridas em locais como: pênis, vulva, vagina, boca e colo uterino, entre outros locais. As feridas aparecem entre 10 e 90 dias. Esses primeiros sintomas não vem acompanhado de dores ou pus e desaparecem sozinhos, independente do tratamento.
Na sífilis secundária, os sinais e sintomas aparecem a partir da sexta semana depois do aparecimento e cicatrização inicial. Podem surgir manchas no corpo (que geralmente não coçam), principalmente nas palmas das mãos e plantas dos pés. As manchas desaparecem em algumas semanas, independente do tratamento, trazendo uma falsa impressão de cura.
A sífilis terciária pode surgir entre um e quarenta anos após o início da infecção e costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
Nos casos de sífilis latente, a infecção é assintomática. É dividida em latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção). A duração dessa fase é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
Prevenção e Tratamento
De acordo com o Ministério da Saúde, algumas orientações, como o uso correto e regular da camisinha feminina e/ou masculina é a medida mais importante na prevenção da sífilis, por se tratar de uma Infecção Sexualmente Transmissível.
O tratamento da sífilis é feito com a penicilina benzatina (benzetacil), que poderá ser aplicada em uma Unidade Básica de Saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, esta é a principal e mais eficaz forma de combater a bactéria da infecção.
O Ministério da Saúde alerta que quando a Sífilis é detectada em uma gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, com a penicilina benzatina. Este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical, ou seja, passar a doença para o bebê.