Entenda a importância de imunizar as crianças contra a doença.
Cristina Levano
No dia 8 de agosto iniciou a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite e multivacinação, que vai até 9 de setembro. O alvo principal são crianças de um a cinco anos e menores de 15 anos que também terão a chance de atualizar a caderneta vacinal.
Com a pandemia, as taxas de imunização, no Brasil, caíram significativamente. Por causa disso, o Ministério de Saúde pretende vacinar 95% do público-alvo. Porém, cerca de 40 mil postos de vacinação estarão abertos para aplicar as doses das 18 vacinas previstas pelo calendário nacional para esse público.
Por quê é importante imunizar contra a pólio
Embora a doença seja considerada erradicada no Brasil desde 1989, ainda existe o risco de causar novas infecções devido à baixa cobertura vacinal.
O doutor Roberto Somocurcio afirma que ainda existem nichos de poliomielite selvagem, e sendo este um mundo cosmopolita, ela pode se espalhar rapidamente em qualquer momento se a carga de anticorpos das pessoas vacinadas começar a diminuir. “Infelizmente essa doença não perdoa ninguém, principalmente crianças com deficiências nutricionais ou comorbidades (duas doenças etiologicamente relacionadas), porém, qualquer pessoa comum não vacinada pode contrair a doença”, explica o pediatra.
Segundo a OMS/OPAS, uma em cada 200 infecções leva a uma paralisia irreversível (geralmente das pernas). Entre as outras sequelas da pólio, estão os problemas motores, fraqueza, diminuição da mobilidade e até a morte. Além disso, 5% a 10% dos acometidos morrem por paralisia dos músculos respiratórios. Os principais afetados são crianças menores de cinco anos de idade.
Processo de vacinação
A vacina contra a paralisia infantil é administrada em duas formas diferentes: via oral e intramuscular. Para bebês de 2 a 6 meses a Vacinação Inativada Poliomielite (VIP) é um imunizante trivalente injetável em três doses:
- 1ª dose — bebês de 2 meses;
- 2ª dose — bebês de 4 meses;
- 3ª dose — bebês de 6 meses.
As crianças de 1 a 4 anos deverão ser vacinadas com a VOP (Vacina Oral Poliomielite), sempre que tenham recebido as três doses de VIP do esquema básico, pois é classificada como vacina de reforço.
Multivacinação
A doutora Vasti Roncal Vidal disse que o fato de que pacientes ainda não tenham as doses da vacinas em dia, não só põe em risco aqueles com doses incompletas, também afeta a os que ainda não foram vacinados. “A eficácia das vacinas é comprovada, são seguras e eficazes, se não as recebermos poderia surgir um novo surto de diferentes doenças que poderiam se espalhar facilmente”, acrescentou a médica.
Por isso, esta campanha estará administrando doses das 18 vacinas que compõem o Calendário Nacional de Vacinação da criança e do adolescente, entre as quais serão aplicadas:
Febre amarela, Influenza, Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), Tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba, varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano).
As doses de imunização contra a Covid-19 também estarão disponíveis e poderão ser administradas simultaneamente com o restante do calendário nacional ao público maior de três anos de idade.