Crianças que gostam de dinossauros são mais inteligentes

In Cultura, Geral

Pesquisa aponta que o interesse em dinossauros amplia as habilidades de pensamento.

Sâmilla Oliveira 

Um estudo feito pelas universidades de Indiana e Wisconsin, nos Estados Unidos, afirma que o interesse em dinossauros por parte das crianças é benéfico para o seu desenvolvimento. O estudo defende a ideia de que a brincadeira “eleva a perseverança, melhora a atenção e amplia as habilidades de pensamento complexo ao processar informações”. 

As crianças geralmente se interessam por dinossauros dos três aos seis anos de idade. Com o Murilo, de três anos, não foi diferente. Suelen, mãe dele, conta que desde que ele tinha um ano de idade, já gostava de ver livros diferentes com desenhos de dinossauros. “Ele já tinha alguns dinossauros de brinquedo e via em desenhos também. Ele costuma reproduzir os sons e interagir com os brinquedos,” diz. 

Uma das principais preocupações de Suelen é com o desenvolvimento do pequeno Murilo. Ela acredita que o intelecto precisa ser desenvolvido através das leituras, brincadeiras e vivências. “Precisamos proporcionar momentos para que possamos estimulá-lo. Isso futuramente o tornará uma pessoa crítica e pensante. Ele terá poder argumentativo e saberá se impor nas diversidades que poderão surgir no seu caminho”, afirma. 

De acordo com psicólogos envolvidos com a pesquisa, esse fenômeno é chamado de “interesses intensos”, que são, basicamente, interesses bastante específicos que aguçam a curiosidade na infância, fazendo com que a criança busque mais informações sobre algo. 

Durante esta etapa da infância, surgem duas habilidades: a linguística e a capacidade de compreensão. De acordo com o estudo, a maneira como as crianças procuram conhecimento sobre seus interesses vai contribuir para o desenvolvimento futuro de habilidades para lidar com desafios e complexidades na vida.

Desenvolvimento cognitivo 

Segundo a psicóloga Juliana Silves, qualquer coisa saudável que desperte o interesse das crianças pequenas impulsiona a inteligência, motivando o aprendizado. Isso é benéfico para a memória e o desenvolvimento do vocabulário. “O fato de crianças que apreciam dinossauros terem a possibilidade de desenvolver uma inteligência mais aguçada está ligado aos estímulos positivos que isso pode proporcionar na fase infantil”, acrescenta.

Para Priscila Regia, mãe do Miguel de 11 anos, o interesse do menino por dinossauros vem desde muito cedo e o resultado disso tudo já está mais evidente. Ela conta que o interesse dele aguçou sua criatividade, a habilidade para desenhar e até o seu vocabulário melhorou significativamente. 

Ela conta que estudar dinossauros despertou uma curiosidade científica no Miguel. Hoje, como já tem 11 anos, está bem interessado em matérias como paleontologia, geologia e biologia. “Ele compreende com facilidade os conceitos de evolução, extinção e a importância da preservação do meio ambiente. O vocabulário dele enriqueceu bastante e isso lhe permitiu aprimorar sua capacidade de comunicação”, explica Priscila. 

Interesses intensos 

Miguel sempre chega contando curiosidades, falando sobre as características de cada espécie de dinossauros, quase dando uma aula sobre o assunto. Priscila conta que ele até costuma fazer uma espécie de quiz para saber se os pais realmente aprenderam. 

Para ela, o maior benefício de acompanhar o filho brincando com com dinossauros é vê-lo criar cenários de aventura, inventar mundos pré-históricos, interagir entre os dinossauros e desenhar as espécies. “Essas áreas de estudo são as que ele mais se interessa e pesquisa sobre. Ele ama estudar sobre fósseis, e sabe a classificação de muitas espécies de dinossauros, seus hábitos alimentares, como se reproduzem e se adaptam a cada ambiente”, destaca Priscila. 

É evidente que esses “interesses intensos” não são permanentes, sendo uma parte transitória da vida da criança. De acordo com a pesquisa, em apenas 20% dos casos analisados, o interesse perdurou por muitos anos. A psicóloga Juliana ainda diz que esta fase eventualmente passará, mas a busca por interesses deixará um legado.

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