Entender os tipos de investimentos e economizar desde cedo é fundamental para o próprio progresso financeiro
Larissa Schimmak
Teresa Dias, 54, mora em Pirassununga, no interior de São Paulo, há 25 anos. Lá ela aprendeu boa parte do pouco estudo que tem hoje. Teresa tinha um tio que sempre a incentivou a guardar dinheiro na poupança todo mês para fazer seu “pé de meia”. Ao longo de 35 anos, Teresa acumulou R$ 43.812,00. Para ela, esse é um bom dinheiro levando em conta sua renda mensal de R$1.200,00. Mas, se na época em que ela começou a investir existissem programas alternativos como Tesouro Direto ou Tesouro Nacional – que foi implementado em 7 de janeiro de 2002 –, Teresa teria hoje R$53.293,59, segundo o simulador do site do Tesouro Direto, aproximadamente R$10.000,00 de diferença.
Segundo o site oficial do Tesouro Direto, ele é um programa do Tesouro Nacional, desenvolvido em parceria com a Bovespa, que é a Bolsa de Valores do país. O programa surgiu justamente para redemocratizar o acesso aos títulos, que antes eram usados em maioria por grandes empresários. Com a chegada do Tesouro Direto é possível aplicar, por exemplo, apenas R$ 30,00. Além disso, ele oferece títulos de diferentes tipos de rentabilidade, prazos de vencimentos e fluxo de remuneração. A pessoa pode escolher quanto quer aplicar, por quanto tempo e já sabe quanto terá rendido no futuro.
Os títulos públicos são ativos de renda fixa, ou seja, assim que são comprados já se sabe quanto ele renderá, diferente das ações onde o retorno não pode ser estimado na hora da compra. É um jeito de emprestar o seu dinheiro para o país, que será devolvido no prazo escolhido com as taxas de juros. Os economistas consideram um investimento conservador, de baixo risco.
Para o economista Rodrigo de Losso, é importante avaliar algumas questões antes de fazer o investimento. “Se não for precisar do dinheiro em médio prazo, pode-se tentar fundos mais agressivos do tipo de multimercados. A taxa de administração tem que ser a menor possível. Isso geralmente se consegue com aportes iniciais e maiores”, aponta. Assim como o tio de Teresa Dias, o empresário Carlos Beltrane, 43, é um investidor e incentiva seus filhos desde cedo a fazerem o mesmo. “Eu não tive esse incentivo quando era criança, precisei aprender na marra a economizar meu dinheiro quando entrei na faculdade”, conta.
O economista indica a melhor idade para começar a educação econômica. “A educação financeira começa desde cedo, usando o cofrinho e ensinando os filhos a poupar para adquirir um bem no futuro”, aconselha. Na adolescência, ele sugere outros caminhos. “Depois, pode-se permitir pequenos investimentos por meio de internet banking ou fintechs, (que são tecnologia no celular que possuem os mesmos serviços dos bancos a um custo bem barato), acrescenta.
*Foto: https://goo.gl/nfhtHs