Novo filme teen da Netflix traz atenção para a doença lúpus.
Hellen de Freitas
O novo filme de romance teen da Netflix, Depois do Universo, ganhou bastante atenção desde o seu lançamento no dia 27 de novembro na plataforma de streaming. Ele conta com a cantora Giulia Be atuando em seu primeiro papel, sendo a protagonista Nina e Henry Zaga, famoso ator que participou de filmes como ‘’Novo Mutantes’’ e a série ‘’13 Reasons Why’’, sendo seu par romântico com o personagem Gabriel.
Dirigido por Diego Freitas, a trama se passa em torno de Nina (Giulia Be), uma pianista apaixonada pela música desde sempre, que foi diagnosticada com a doença lúpus bem nova. Mesmo com esse impasse, ela não desiste do seu sonho e atua como professora em um conservatório, entretanto, seus rins começam a parar de funcionar sendo necessário o começo de um tratamento o que atrapalha seu desempenho no seu emprego a fazendo ser demitida.
No meio de toda essa confusão, a pianista conhece o Gabriel (Henry Zaga), médico residente que se tornou responsável pelo o seu caso no hospital. Com o desenrolar do filme, uma paixão entre os dois cresce de maneira assídua, o que pode comprometer o trabalho do nosso protagonista. Entre altos e baixos por conta dos obstáculos entre a residência do Gabriel e a doença da Nina, o amor dos dois é retratado.
Sobre a doença
Mas, afinal, o que é a doença de lúpus que aparece no filme? De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune (o próprio organismo ataca órgãos e tecidos).
São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo e nos braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos, como é o caso da personagem da Giulia Be.
Diário de lúpus
Ver a doença em um filme é muito diferente da vida real, com diagnósticos, sintomas e dores reais. Carolina Helena Rodrigues, personal trainer e influencer, conta em suas redes sociais o dia a dia de uma lúpica, que tem a coragem do lobo e asas de borboleta.
Ela descobriu a doença antes de entrar em atividade, entre 2011 e 2012, na qual teve a primeira manifestação do fenômeno de Raynaud. Em 2013, começou a ter diversos episódios de desarranjo intestinal e emagrecimento. Por isso, começou a pesquisar o que realmente poderia ser, inclusive, no começo, pensou que poderia ser algo relacionado à gastroenterologia, só depois foi encaminhada ao reumatologista.
Já emocionalmente, foi bem difícil para a Carol. “Vivi a negação durante muito tempo, o processo de luto foi bem longo e demorado”, admite.
A influencer assistiu ao filme e relata um pouco da sua experiência sendo uma pessoa que convive com a doença todos os dias. “Assisti e, na realidade, não gostei. Achei que o Lúpus foi abordado de uma maneira muito agressiva e que isso pode ter causado medo em muitas pessoas, inclusive às recém diagnosticadas. Sei que cada lúpus é único, mas acredito que eles poderiam ter usado a oportunidade de falar sobre isso de maneira mais inteligente e menos ‘dramática”, comenta.
Convivência real
Claro que o filme retratou, à sua maneira, sobre como a patologia autoimune é, contudo, é bom saber a realidade das pessoas que realmente passam por isso cotidianamente.
“Hoje em dia é tranquilo, graças a Deus, mas tive muitos momentos difíceis. Por se tratar de uma doença autoimune, o segredo é estar sempre cuidando do seu corpo e da sua mente”, ressalta. Ela ainda relata que os cuidados indicados pelo o seu médico são seguidos à risca, e se hoje ela tem uma vivência normal é por conta dessa sua disciplina constante.
Mesmo com dificuldades, o lúpus não a inibe, muito menos a impede de viver a sua própria vida, pois Carol tem motivos para permanecer lutando. “O que me motiva a continuar é a minha vida. Eu tenho um marido muito atencioso e cuidadoso, sete gatinhos maravilhosos, uma família incrível e luto por todos eles também, mas sempre fui muito apaixonada pela vida. Desistir de lutar nunca esteve no meu pensamento e sou muito grata por ser assim. Apesar de todos os ‘perrengues’ com o Lúpus, isso é apenas um pedacinho difícil de uma vida repleta de conquistas e amor. Viver vale muito a pena!”, comemora.
Crédito: Divulgação/Netflix