A torcida deve ser marcada por harmonia, equilíbrio e respeito
Samuel Matheus
Todo mundo sabe que o Brasil é considerado o país do futebol. A grande realidade é que o brasileiro respira futebol – seja na rádio ou na televisão. Inúmeros torcedores sempre estão atentos a campeonatos estaduais, nacionais e internacionais. Grandes jogadores como Pelé, Ronaldinho Gaúcho, Garrincha e atualmente o Neymar são ídolos que entraram para a história do futebol e milhões de torcedores. Dias antes da Copa do Mundo na Rússia em 2018, a agência Reuters realizou uma pesquisa global sobre a paixão dos amantes do futebol em muitos países. O resultado da pesquisa apontou a ocupação do Brasil na 13ª posição. Ademais, foi apurado que 60% dos brasileiros são interessados pelo esporte.
Pablo Vinicius é palmeirense desde seu nascimento por influência de seu pai. Ele está finalizando o bacharel em Educação Física e sempre foi apaixonado por futebol. O esporte o influenciou a treinar por “questões de saúde e ter um bom condicionamento físico.” Seu objetivo é estar “sempre em atividade”, ressalta o palmeirense. Ao retratar sobre a paixão do seu time, Pablo comentou que chorou no final da Libertadores de 2020/2021. Sua grande emoção foi contemplar o maior título de seu time, pois esta vitória foi uma “experiência que todo torcedor esperava há anos”, finaliza. Atualmente Pablo joga há 10 anos no Trinca Ferro F.C e quatro anos no UGPA F.C. Ambos os clubes estão localizados na região de Interlagos e Grajaú, em São Paulo.
O esporte exerce extrema importância para a sociedade. De acordo com o educador físico Douglas Versuti, o esporte traz ensinamentos práticos sobre coesão de grupo, como você lida com o fato de que existem pessoas que podem ter um desempenho melhor ou pior que o seu. Ele destaca que “o esporte pode ajudar a desenvolver um espírito competitivo, e que ao mesmo tempo aprende a lidar com derrotas, isso é de grande valia para várias questões que temos que lidar no nosso cotidiano.”
João Vieira é sapateiro e torce para o Corinthians há 66 anos. Ele lembra a primeira vez que assistiu um jogo do Corinthians e Santos com 10 anos de idade, onde o Corinthians ganhou de 2×1. Seu João já foi inúmeras vezes ao estádio de futebol e relata: “você pode assistir dois times que você não gosta, porém cada vez que você entra no estádio é uma experiência a mais”.
Atualmente, Seu João não joga mais bola. Contudo, ele relembra com boas memórias o tempo que jogou no Clube Veteranos do Caju, por 15 anos no Capão Redondo, SP. Uma história interessante na vida do sapateiro amante do Corinthians aconteceu há 26 anos atrás. Em 1995, dias antes do Corinthians ser campeão, João sonhou que o time seria campeão e quem faria o gol do título seria o jogador Elivélton. Em coincidência, o sonho se tornou realidade com o gol do ponta esquerda aos 12 minutos do segundo tempo. Seu João, como é conhecido por todos, é um grande admirador do futebol. Todavia, se diz um torcedor equilibrado. Ao comentar sobre fanatismo, Seu João sempre torceu de forma moderada e segundo ele, “o fanatismo nunca andou comigo”.
O fanatismo dentro do futebol já ocasionou muitas tragédias no mundo do esporte. De acordo com o site Catraca Livre, na madrugada do último domingo de janeiro de 2021, o empresário corintiano Leonardo Silva, matou sua esposa palmeirense a facadas. O assassinato ocorreu na zona oeste de São Paulo. O motivo da morte foi a ira do empresário ao ver sua mulher comemorando o título da Libertadores conquistado pelo Palmeiras.
O futebol traz diversos pontos positivos para a vida de um torcedor. Entretanto, há também pontos negativos. Não é errado liberar todas as suas emoções em uma partida de jogo. Contudo, há aqueles que torcem de forma exacerbada e descontrolada. Por exemplo, muitas pessoas acabam com sua vida jogando futebol. Até mesmo famílias são desfeitas pelo fanatismo de determinado time. O educador físico Douglas Versuti salienta que “assim como qualquer outro aspecto na vida, o futebol pode ser muito bom, como também muito ruim. De forma equilibrada o futebol será bem aproveitado”.
Jovito Arruda é formado em Ciências Contábeis. Ele é torcedor devoto do Palmeiras e apaixonado pelo seu time. Seu pai, mãe, irmã e sogro também torcem para o time. “Eu já cheguei a ter quase 40 camisetas oficiais do Palmeiras”, afirma. Ao desfrutar de bons momentos em rodas de amigos, quando o assunto é esporte, Jovito sempre defende o seu clube. O esporte exerceu tanto significado em sua vida que ele se casou com a camiseta do Palmeiras como parte do seu traje social. Ele relata que já era um desejo casar-se com a camiseta do seu time (mesmo sua esposa sendo corinthiana). Jovito espera que seu filho também torça para o Palmeiras para ter a oportunidade de ir ao estádio de futebol com seu filho.
O futebol pode influenciar a vida do torcedor de diversas formas. Primeiramente no humor, pois dependendo do resultado do time seu humor é alterado. Segundamente, na vida religiosa, muitos torcedores aplicam ritos e costumes religiosos com o objetivo das suas energias positivas se refletirem no resultado dos jogos. Por último, o futebol influencia na interação social entre torcedores do próprio time. Não se pode esquecer as reuniões de família para assistir aos jogos no domingo à tarde. O futebol deve ser seguido de forma feliz e saudável. Com moderação e sobriedade o país do futebol continuará transbordando reverência não somente em títulos, mas em ordem e respeito.