As temperaturas anormais da onda de calor provocaram incêndios, óbitos e enfermidades.
Bruna Moledo
Uma onda de calor inédita atingiu a Europa no mês de julho. A situação incomum fez com que alertas relacionados ao clima fossem aplicados em mais de 20 países. As altas temperaturas causaram inúmeras mortes e diversos incêndios se alastraram devido ao tempo extremamente seco.
Apesar de ser verão no hemisfério norte, os territórios europeus não lidaram bem com o fenômeno climático. Entre as muitas nações afetadas está Portugal, onde mais de 1.000 pessoas morreram até o dia 18 de julho, segundo dados publicados pelo órgão de saúde pública do país. Outro lugar atingido foi o Reino Unido, que bateu seu recorde de temperatura, chegando a atingir 40ºC.
Portugal sofre sem preparo para a onda de calor
O evento que afetou a Europa mostrou não somente a rapidez com que drásticas mudanças climáticas têm atingido o planeta, mas também as dificuldades que a população europeia tem ao enfrentar um calor incomum, em países que estão mais preparados para suportar o frio intenso.
Caio Godoi, um Engenheiro Civil brasileiro que atualmente reside em Portugal, comenta um pouco sobre a experiência do calor intenso. Segundo ele, a infraestrutura das casas não é desenvolvida para situações como essa. “Eles estão preparados para o frio, quase todas as casas têm aquecedor, elas são construídas para reter calor. O ar condicionado é raríssimo, pouquíssimos lugares têm”, explica.
Além disso, a resistência da população portuguesa tende a ser menor, devido aos fatores climáticos e ambientais do país. Para o brasileiro, a diferença entre as reações com o aumento da temperatura é nítida. “Eu sou brasileiro, sei lidar com o calor. Agora como que eles lidam… as pessoas reagem muito mal, não estão acostumadas”, termina.
A hipertermia e a necessidade de cuidados
Em decorrência da onda de calor e das mortes causadas por ela, a hipertermia também toma lugar de foco e importância. Sendo ela o contrário da hipotermia, é a causa de muitos dos falecimentos relacionados ao drástico e recente aumento da temperatura. Segundo o aplicativo médico Whitebook, “os sintomas desse mal são geralmente inespecíficos e incluem desorientação, confusão, tontura, irritabilidade, perda de equilíbrio, fadiga, náuseas e vômitos, diarreia e delírios.”
A clínica geral, Thaís Grossi Soares, alerta para os cuidados que devem ser tomados para com a pessoa que se encontra nessa situação:“Retirar do local que está provocando o aumento da temperatura, retirar roupas e cobertas, iniciar compressas frias, ventilar a sala, se houver a possibilidade de banhos em banheiras com água gelada, medidas que façam a temperatura do paciente cair.” A médica afirma também que é importante “fazer o monitoramento através da temperatura retal, mantendo um resfriamento seguro até a temperatura de 38ºC.”
Além de relembrar a importância dos cuidados com a saúde e de uma infraestrutura adequada, o clima desagradável também reflete os problemas ambientais que o planeta têm enfrentado. Tais acontecimentos climáticos são significativos e devem servir como incentivo à mudança.