Pesquisadores descobrem novo tipo de diabetes

In Geral, Saúde

Cientistas da Federação Internacional da Diabetes classificaram um novo tipo da doença após 70 anos de pesquisas.

Carlos Daniel

A Federação Internacional da Diabetes (IDF – International Diabetes Federation) classificou neste ano um novo tipo de diabetes. A descoberta sinaliza a necessidade de atenção à comunidade médica na prescrição dos diagnósticos.

Em 1955, a diabetes tipo 5 foi constatada na Jamaica e associada à desnutrição, uma vez que sua alta incidência foi identificada principalmente em países subdesenvolvidos. Entretanto, em 1999, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou essa nomenclatura por falta de evidências concretas. Agora, após 70 anos desde a primeira aparição, a doença foi reconhecida como um novo tipo.

Arthur Jorge Rocha, clínico geral, esclarece que a Diabetes tipo 5, apesar de ser semelhante aos demais tipos, não é igual. “O paciente produz menor quantidade de insulina e não responde bem a essas oscilações nos níveis da glicemia, acredita-se que devido à má nutrição há um subdesenvolvimento do pâncreas pelo que não produz insulina suficiente”, afirma.

É importante destacar os riscos que um diagnóstico mal elaborado pode acarretar, bem como o tratamento da doença, o qual pode comprometer a saúde do paciente. “Um dos maiores perigos da diabetes tipo 5 é o tratamento inadequado, pois pacientes diagnosticados erroneamente como tipo 1 podem receber doses excessivas de insulina, o que pode levar a complicações graves e até à morte”, explica.

Ferreira ainda destaca o avanço da ciência que segue estudando o tratamento da doença. “Embora ainda não existam diretrizes oficiais para o tratamento da diabetes tipo 5, os estudos sugerem que pequenas doses de insulina combinadas com medicamentos orais podem ser mais eficazes”, conclui.

Os tipos de diabetes

Dentre os tipos de diabetes já reconhecidos pela comunidade científica ao longo dos anos, estão o tipo I (hereditário) e tipo II (ligado ao sobrepeso, sedentarismo, hipertensão e maus hábitos alimentares). Além destes, a diabetes gestacional genética, LADA (destruição de células pancreáticas devido autoimune latente), secundária (consequência de outra condição de saúde ou de uso de certos medicamentos) e pré-diabetes (níveis altos de glicose no sangues, porém insuficientes para ser considerados como diabetes).

Segundo o último levantamento feito em 2023 pela Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) 10,2% da população brasileira têm algum tipo de diabetes. Dentre os tipos, a II é a mais comum entre todas as variações, acometendo cerca de 90% dos diabéticos no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.

Luiz Henrique Mitsunaga, advogado, faz parte desse dado e teve o diagnóstico de uma maneira repentina. “Foi após um acidente de carro, eu acabei dormindo no volante por conta de uma crise de hipoglicemia, fui ao médico e ao fazer o exame descobri que minha glicemia estava muito alterada”, conta.

O tipo I da diabetes é o segundo mais comum entre os brasileiros, sendo mais frequente aparecer em idades jovens. Este “se deve a um mau funcionamento do pâncreas que não produz nada de insulina ou quantidades mesmo muito baixas”, destaca Ferreira.

Valmir de Oliveira, aposentado, faz parte do grupo de diabéticos tipo I e descobriu a doença por meio de um exame de rotina gratuito realizado pelo SUS, no qual soube que estava com a glicemia alta. Com o diagnóstico, precisou mudar alguns hábitos alimentares para tratar a diabetes. “Você tem que cuidar da alimentação […], tudo que faz mal você precisa tirar”, diz.

Além disso, precisa realizar monitoramento por meio de um aparelho de medição, que precisa ser comprado. Já o tratamento, é contínuo e mantido com medicamentos fornecidos pelos SUS. “É dado pela Farmácia do Povo, só tem que passar no médico todos os meses”, afirma Valmir.

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