Ranking com 64 países aponta Brasil como o terceiro pior em saúde mental

In Geral, Mundo, Saúde

Brasil tem o terceiro pior índice de saúde mental, à frente somente da África do Sul e Reino Unido.                         

Pamela Piassa                     

A nova edição do relatório anual do Estado Mental do Mundo divulgou na primeira semana de março um ranking feito com 64 países, no qual o Brasil ocupou o pódio, com o terceiro lugar entre os piores em saúde mental.            

A análise encomendada pela Sapiens Labs, uma organização de pesquisas sem fins lucrativos, mostrou também que o mundo ainda não se recuperou da queda no bem-estar psíquico registrada durante a pandemia da covid-19.         

O levantamento realizado em sua terceira edição – sendo esta a primeira vez em que o Brasil é incluído – recolheu 407.959 respostas pela internet, com participantes de 64 países de todos os continentes em nove idiomas. O objetivo é mostrar o cenário da saúde mental da população mundial e também de cada país.                          

Cada entrevistado recebeu uma nota considerando aspectos emocionais, sociais e cognitivos, sendo assim definido o quociente de saúde mental (MHQ). A escala varia de -100 a 200.

As pontuações de -100 a 0, consideravelmente ruins, foram das pessoas classificadas em estado de sofrimento, indicando cinco sintomas negativos de saúde mental ou mais. Em contrapartida, estão aqueles que ficaram acima de 100, classificados, portanto, com um bom bem-estar psíquico. A partir disso, registra-se uma média das respostas para cada país e para o mundo.    

No contexto geral, 27% das respostas foram negativas, e 38% contabilizaram pontuações acima de 100. Apesar de ser maior o número de pessoas com pontuação positiva, houve um declínio considerável que ainda não foi revertido, devido ao ano pandêmico de 2020.     

O Brasil inaugurou na pesquisa com um MHQ de 52,9, perdendo somente para a África do Sul que contabilizou 47,5 e Reino Unido com 46,7 (o pior índice de todos os países analisados).                     

Jovens demonstram ser o grupo mais afetado      

A pesquisa ainda revelou que a saúde mental da juventude é a mais afetada. O percentual das pessoas do grupo de 18 a 24 anos com problemas na saúde mental foi entre três a cinco vezes superior ao do grupo de 55 a 64 anos.

Segundo o relatório, o declínio é mais acentuado ao longo da dimensão do “Eu social”, uma medida de como as pessoas se enxergam em relação às demais. Além disso, fica evidente a capacidade de formar e manter relacionamentos positivos. 

A psicoterapeuta Telizia Prado acredita que parte da explicação para a juventude apresentar esse resultado está associada às crenças religiosas. “Espere daqui dez, quinze anos, o ‘boom’ de gente perdida que vai aparecer. Por isso, já estou preparando uma escola. Eles terão a quem recorrer. A messe é grande, e são poucos os operários”, pontua. 

Criadora da Escola de Humanidade, Telizia vem crescendo no seu Instagram, atualmente com 19,2 mil seguidores. A psicoterapeuta ajuda pessoas que se dispõem a melhorar e encontrar o real sentido da vida.

A psicóloga Sheylah Vianini também deixou seu ponto de vista a respeito do assunto. “A fase da adolescência e os primeiros anos da vida adulta são tempos de muitas mudanças na vida destes indivíduos. Quando se deparam com os desafios e as pressões que a vida traz, esta dificuldade pode levar ao adoecimento mental, a falta de uma mente bem estruturada para lidar com as mudanças e desafios, leva ao adoecimento”, finaliza a psicóloga.

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