Remédios para dormir podem ocasionar problemas de saúde se consumidos de forma errada

In Geral, Saúde

Especialistas explicam que remédios tarja preta não deveriam ser usados por pessoas com insônia.

André Felippe Teodosio 

A falta de sono afeta 73 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Sono (ABS). A busca por remédios controlados cresce de forma proporcional aos problemas de sono. Sendo assim, pacientes procuram fármacos chamados de tarja preta para evitar a insônia. 

Os remédios considerados tarja preta (medicamentos que podem trazer risco à saúde) são comprados por brasileiros todos os dias nas drogarias. Uma pesquisa realizada mostra que, a cada uma hora, cerca de 5.144 caixas de remédios controlados são vendidas. No final do dia, isso soma 123,5 mil caixas que são comercializadas no Brasil.

Produtos como esses são calmantes que trazem a paz durante uma noite conturbada de sono, como Clonazepam, Rivotril, Valium, Alprazolam e o Lemborexant, novo remédio que tem previsão de chegar ao Brasil nos próximos meses. De acordo com uma pesquisa da Oxford publicada na revista Científica Nature, esse medicamento é o mais efetivo e decisivo para os problemas de sono. 

As consequências de uma vida com remédios controlados 

Uma jovem estudante, que não quis se identificar, conta como é uma vida com problemas de insônia e uma rotina com medicamentos. “Se eu não tomo ele, acabo demorando para dormir e acordando recorrentemente durante a noite, tanto pela insônia, quanto porque tenho pesadelos constantes”,  explica sobre a decisão de tomar medicações dessa classe. 

A estudante conta que pretende mudar os remédios pelo fato de ter problemas com o sono. “A medicação que eu estou tomando agora, infelizmente me faz ficar muito sonolenta durante o dia e isso me afeta um pouco nas atividades diárias, porém, pretendo trocá-la com o psiquiatra”, relata.

Arthur Campos, médico residente em psiquiatria, afirma que o uso de certos medicamentos pode ajudar sim o paciente, mas remédios para dormir considerados tarja preta não deveriam nem entrar na lista de alguém que sofre de insônia. “As medicações não têm valor bom ou mal. Uma medicação muito boa para uma coisa pode ser muito ruim ou ineficaz para outra doença, como a hidroxicloroquina que é muito boa para pacientes com lúpus, reumatoide mas não é eficaz para o Covid”, explica. Ele ainda relata que uma medicação será boa se for medicada para os fins corretos, na dose correta e com uma prescrição de um especialista na área.

Os remédios para dormir com efeitos mais fortes não compactuam com uma vida saudável. Esses fármacos chamados de tarja preta que envolvem os medicamentos clonazepam, rivotril, diazepam e outros, podem causar sérios problemas para o repouso. “Os medicamentos tarja preta em via de regra são usados de forma incorreta, como medicações para o sono. Os remédios controlados como rivotril e diazepam, em via de regra, são medicamentos que não são de escolha para o tratamento da insônia. Isso geralmente é um uso inadequado de profissionais que não são especialistas na área e acabam prescrevendo e também porque caiu no conhecimento popular que esses remédios possuem essa função”, explica Arthur Campos.

Uma possível solução é a busca por outros tipos de tratamento. “Hoje em dia a primeira escolha para o tratamento de insônia é a terapia cognitiva comportamental voltada para insônia. Basicamente, um novo estilo de vida, que nós chamamos de higiene do sono, que inclui vários fatores como não tomar bebidas estimulantes à noite, manter um ambiente adequado, sem barulho, sem muita iluminação. Essas mudanças vão resolver boa parte da insônia”, explica. 

Para uma melhora nos problemas com a insônia, os médicos recomendam uma prescrição médica com um doutor(a) especializado no assunto, evitar a automedicação e manter uma vida saudável. Remédios que agem no sono precisam ser induzidos de forma correta para pessoas que sofrem com bloqueios na hora de dormir.

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