Festas e desfiles fizeram parte da comemoração de um dos momentos mais importantes do estado.
Bruno Sousa Gomes
A Semana Farroupilha de 2021 aconteceu de forma diferente. O público assistiu pela internet e quem estava nas ruas e avenidas acompanhou o movimento respeitando os protocolos sanitários. O evento proporcionou várias oficinas entre recitais, culinária, desfiles, danças, entre outros. Desse modo, o povo gaúcho pôde expressar o amor por suas raízes e tradições.
A Revolução Farroupilha, conhecida por Guerra dos Farrapos, iniciou-se em 1835 no Rio Grande do Sul. Os produtores rurais e criadores de gado, que exportavam charque para fora do país, perceberam que estavam tendo problemas econômicos por conta dos altos impostos cobrados sobre os produtos rio-grandenses. A guerra durou dez anos, e chegou ao fim após um tratado proposto pelo presidente da província Gomes Jardim e o governador da época Duque de Caxias.
Por ser um marco na história do estado gaúcho, a guerra se tornou um evento comemorativo. Entre os dias 13 a 20 de setembro, acontecem desfiles em homenagem aos líderes da Revolução Farroupilha. A comemoração relembra a luta contra o governo imperial do Brasil, no século XIX.
Traços desse movimento
A senhora Nara Alegre, moradora de Maçambará-RS, conta sobre o evento. “Minha motivação vem do culto aos nossos grandes heróis que, no passado, defenderam este chão, com lança e as patas de cavalo traçaram um novo Rio Grande, libertando nosso povo diante dos caros impostos cobrados pelas cortes imperiais”, comenta.
No evento acontecem várias oficinas e neste ano Nara contou que usou seus dotes culinários. “Da gastronomia, ensinando a fazer o arroz carreteiro- prato típico da cozinha campeira e Oficina do Chimarrão”.
A Guerra Farroupilha traz história de muita luta e persistência pelos direitos de um povo trabalhador que ecoou para fora do estado. Pedro Andrade, professor de história, comenta sobre seu ponto de vista sobre as mudanças que ocorreram de lá para cá. “Não muita coisa, os estados brasileiros não têm muita autonomia ainda, por conta do sistema tributário, que acaba impedindo o crescimento econômico.”
Os Centros de Tradições Gaúchas, o CTGs, resgatam, preservam e difundem as artes e a cultura do Rio Grande do Sul de forma organizada, valorizando suas tradições, que são repassadas de geração a geração.
Paulo Ricardo Gnoatto, organizador do evento Aldeia dos Anjos, residente na capital gaúcha, conta um pouco da influência que o CTG tem na Semana Farroupilha. “São pólos irradiadores da cultura e tradição gaúcha, as cidades “giram” em torno deles “, afirma. “Os CTG ́ s promovem jantares, apresentações musicais e de danças com grupos da casa e também visitantes”, conclui.