Pela segunda, vez a Seleção vai à Copa sem um psicólogo para acompanhamento dos jogos.
Hellen de Freitas
O técnico Tite utiliza a mesma abordagem da última Copa do Mundo da Rússia e não leva psicólogo para acompanhar a equipe no Catar. A última vez em que a Seleção teve esse acompanhamento foi em 2014, quando o técnico da época, Felipão, incluiu a profissional Regina Brandão.
Tite deu como justificativa o curto tempo para criar um vínculo entre os jogadores e o psicólogo. A preparação para o mundial é mais reduzida, tendo apenas nove dias de treinamento e preparo. O técnico acha importante ter esse seguimento de um especialista no dia a dia e até mesmo encoraja seus atletas a terem um. Contudo, nesse curto período, enfatiza a mínima consequência que traria.
Assim, alguns jogadores da Seleção apoiam e sabem da importância da terapia. Alex Telles, atualmente no Sevilla FC e lateral do time brasileiro, comentou sobre em entrevista para o Globo Esporte sobre o assunto. ‘’A gente lida todos os dias com pressão. Às vezes a pressão é positiva, às vezes a pressão é negativa, tem altos e baixos nos treinamentos e nos jogos. Sem falar a vida pessoal, que também é muito importante e pode te atrapalhar ou te ajudar’’, relata jogador.
Opinião profissional
Bruna Bardella, é psicóloga e mestre em Ciência no Esporte. Atualmente, trabalha em duas instituições, o comitê paralímpico e a equipe permanente de boxe olímpico pela confederação.
Segundo ela, é impensável um acompanhamento a longo prazo com os atletas. Por mais que alguns procurem tratamento particular, é importante que tenha um na equipe para que possa orientar. ‘’É um trabalho em conjunto e a longo prazo, contudo, levar um psicólogo pra Copa sem que haja uma organização, só levar por levar, não é algo produtivo, mas entendo que ter um acompanhamento contínuo, num ciclo de quatro anos até mesmo antes da Copa do Mundo é importante. Acredito que seja indispensável ter alguém em todo o processo, mesmo que mude os jogadores, vai ter aquela pessoa que conhece o treinador e toda a dinâmica e consegue aconselhar da melhor forma’’, comenta.
Bruna ainda enfatiza que é um trabalho rotineiro de muitas conversas individuais, em grupo e com a comissão técnica para que o profissional inserido entenda o contexto.