Mais de 80% das escovas de dente podem trazer prejuízos à saúde bucal.
Julia Viana
De acordo com o blog Angelus, a saúde bucal é fundamental para o bem-estar geral de uma pessoa, e um dos elementos essenciais para se manter longe das infecções bacterianas e ter uma boca saudável, é a escovação dos dentes. A escova de dente, pequeno instrumento de higiene bucal, desempenha um papel crucial na remoção de bactérias, combatendo o mau hálito e mantendo uma boca limpa e saudável.
Mas por muitas vezes fazer uma boa escolha de produtos para a limpeza bucal pode se tornar um desafio. A Universidade de São Paulo (USP) produziu uma pesquisa que relata que a maioria das escovas disponíveis no mercado não são equivalentes às características adequadas para uma escovação de boa qualidade e segura.
Neste estudo, consta que mais de 82% das escovas de dente que são vendidas em São Paulo tem cerdas que não atendem as normas brasileiras adequadas para o produto. Sônia Regina Cardim, que é cirurgiã-dentista e autora do estudo, conta que as cerdas da escova, “são afiadas quando deveriam ser arredondadas para não representar riscos à saúde dos usuários.”
Sobre o estudo
A pesquisa investigou a qualidade de 345 modelos que foram compradas no comércio, em 26 municípios sorteados nas mais diferentes regiões paulistas. Desse total, 285, ou seja 82,16% das escovas, foram consideradas inadequadas para uso, de acordo com o estudo. A cirurgiã-dentista, que é pesquisadora do Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal (Cecol), afirma que as pontas das cerdas não arredondadas podem levar a lesões.
Mas para fazer uma avaliação adequada de uma escova precisamos saber de algumas coisas. “Para escolher uma boa escova de dente, é importante levar em consideração algumas características, como a maciez das cerdas (de preferência as flexíveis ou extramacias), o tamanho e o formato da cabeça da escova (adequada à sua boca e aos seus dentes), a preferência por escovas manuais ou elétricas, tendo em conta as suas aptidões e tendências pessoais”, declara dentista Lísley Antunes.
No estudo a especialista detalha que o acabamento das cerdas das escovas é quase impossível de se ver a olho nu, dessa forma o consumidor não saberá se aquela escova é realmente adequada. “A má escolha da escova pode trazer micro ferimentos na gengiva, desgastes no esmalte do dente, o que representa risco para a saúde e um descumprimento das normas vigentes”, destaca.
Cuidados com a saúde bucal
A boca é a grande responsável por desenvolver importantes funções que refletem diretamente na vida da pessoa, por isso, o cuidado com os dentes é de suma importância. A Dra. Ivete Ribeiro conta que “a escova de dente deve ser usada no máximo por 3 meses, após esse período é necessário trocá-la. Caso o indivíduo fique gripado, ou resfriado, também precisa trocar a escova”, aponta.
Ela complementa dizendo que a escova pode acabar perdendo a eficácia de limpeza, que é o principal objetivo do uso. “Pela alta contaminação de bactérias e muitas vezes, as cerdas não cumprem mais o papel, por estarem desgastadas”, explica.
É importante sempre manter uma boa higiene oral, com no mínimo 2 minutos de escovação, e em todas as refeições. Vale ressaltar que todas as faces (lados dos dentes) precisam ser limpas e claro, sempre usar o fio dental, para manter uma higiene oral, impecável e livre de cáries e doenças periodontais.
A Dra. Lísley destaca que “um ponto importante ao ser realçado é a necessidade de visitas regulares ao dentista para avaliação de saúde bucal. Obtenha conselhos específicos sobre higiene oral e obter indicações pessoais sobre como escolher e usar a escova de dentes certa.”