“Sou uma profissional em organização negra e bem-sucedida naquilo que faço”

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Professora por formação e organizadora por paixão. Sheila Procópio é esposa, mãe, empresária e empoderada. Mesmo sendo uma mulher multifunção, não abre mão de assistir filmes de comédia e romance. Determinada, a personal organizar luta contra preconceitos de cabeça erguida sempre se esforçando para conquistar seus sonhos.

Victória Coelho

ABJ Noticias: Fale um pouco sobre sua carreira profissional. Você acredita que nós mulheres podemos ser bem-sucedidas apesar dos grandes desafios que ainda existem diante do nosso gênero?

 

Sheila Procópio: Quando decidi mudar de profissão e sair da sala de aula, foi em um momento muito especial: o nascimento da minha filha caçula. Mas como sempre trabalhei fora queria fazer algo para não ficar só em casa. Sempre gostei de decoração e de uma casa cheirosa e organizada, mas não feito por mim, sempre paguei alguém para cuidar do meu lar. Desorganizada de nascença, ao convite da minha irmã participei de um workshop sobre organização e vi que era possível aprender a ser organizada e tomar as rédeas da minha casa. Me apaixonei pela ordem. E me fez tão bem todo o processo que queria passar a outras pessoas os mesmos benefícios que eu havia recebido. Abri minha empresa em 2010. E desde então ajudo pessoas a terem uma vida mais produtiva e menos estressante através de uma vida organizada. Eu acredito que nós mulheres podemos fazer o que quisermos e ser muito bem sucedidas apesar de todas as dificuldades e desafios. Basta ter perseverança, foco, determinação e não desistir dos seus sonhos.

 

ABJ: Como você vê o espaço da mulher negra no mercado de trabalho?

 

Sheila: Como mulher negra, sei que os desafios são grandes que o preconceito é real, mas não será isso que determinará meu futuro. Ouvi de uma “amiga” logo que comecei a organizar: “Você vai deixar a sala de aula para arrumar gavetas? As pessoas não vão aceitar uma negra organizando, pois vão achar que você agora é faxineira “. Não seria problema algum ser faxineira, mas eu não sou! Sou uma Profissional em organização negra e bem-sucedida naquilo que faço. Hoje, ganho em um dia o que eu ganhava em um mês como professora. Sobre a “amiga”, deixo que ela acompanhe minha trajetória de sucesso. Sei que a cada prêmio que ganho, cada programa de TV que participo, cada artigo que escrevo, cada lar que eu transformo com o meu trabalho a faz refletir no que ela me disse um dia.

 

ABJ: Para você, qual o significado do dia 08 de março? Você acha que a sociedade ainda enxerga essa data apenas em singelas homenagens? 

 

Sheila: O dia 8 de março é o resultado de uma série de fatos, lutas e reivindicações das mulheres (principalmente nos EUA e Europa) por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos, que tiveram início na segunda metade do século XIX. O mais impressionante que mesmo depois de tanto tempo a luta continua. As pessoas ainda enxergam isso como o dia de entregar “brindezinhos”. A mulher é tão mais que isso. O caminho ainda é longo

 

ABJ: Para você, o que é ser empoderada? Você se acha que faz parte desse grupo?

 

Sheila: Eu sempre digo que ser empoderada é como se você fosse um carro lindo e potente, mas na garagem com chave no contato. O empoderamento é você ligar esse carro, colocá-lo na estrada e ir para onde você quiser. Com toda a certeza do mundo eu sou uma mulher empoderada. Meu carro está na estrada tem visto muitas paisagens, umas agradáveis outras nem tanto.

 

ABJ: Quais as principais barreiras para a entrada das mulheres no mercado de trabalho e quais ações poderiam mudar esse quadro de desigualdade de oportunidades e salários?

 

Sheila: A barreira sem dúvida é a ignorância e o preconceito. A mudança pecisa partir de ambos os lados: as mulheres precisam acreditar em si, em sua capacidade. Não desistir dos seus sonhos, seus objetivos e praticarem a sororidade.

 

ABJ: Você acredita que o Brasil alcançará a igualdade de gêneros no mercado de trabalho? O que será preciso para chegar a esse patamar?

 

Sheila: É preciso acreditar!! Se não é melhor para o trem e pedir para descer! Não sei quando acontecerá plenamente, mas sei que temos tido bons resultados. É preciso que as mulheres não desistam dos seus sonhos, seus objetivos, não baixem a cabeça. E homens também saberem que a mulher não foi feita para ser mais ou menos e sim para serem iguais.

 

Crédito da foto: Arquivo pessoal

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