A influência da fome na saúde mental

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Entenda a importância de entender a conexão entre emoções e hábitos alimentares.

Camilly Inacio

Conforme o Dicionário Online de Português a fome é a necessidade de comer, causada pelas contrações do estômago vazio. Essa é uma necessidade de sobrevivência, no entanto, essa sensação vai além do aspecto biológico, exercendo profunda influência no comportamento e perspectiva de vida. 

Desde a infância, a alimentação estabelece vínculos emocionais, expressando cuidado e afeto. Compreender a interação entre a necessidade biológica e as dimensões emocionais é essencial para entender o impacto da fome na vida de alguém. 

Nesse contexto, a psicóloga Stela Barbosa explica que “comer vai além da necessidade biológica, envolve cuidado, afeto e satisfação. A ausência de alimento, seja físico ou emocional, pode resultar em frustração, fraqueza e desconforto, afetando o comportamento e a perspectiva de vida”. 

A importância da relação emocional com a comida, que se inicia na infância, vai além da mera ingestão de calorias, é uma expressão de afeto, um gesto que transcende o simples ato de se alimentar. A carência desse aspecto emocional pode desencadear complicações significativas na forma de lidar com a comida ao longo da vida.

Experiências pessoais e consequências da restrição calórica

A busca por padrões estéticos pode levar a práticas alimentares extremas, afetando não apenas o corpo, mas também a saúde mental. A pressão para atender a ideais de beleza resulta em restrições severas de calorias, desencadeando transtornos alimentares e impactando o bem-estar emocional.

Dayse Almeida, aluna universitária, compartilhou sua experiência com dietas restritivas, destacando os perigos da fome intensa: “infelizmente, muitas dietas são restritivas, e a fome intensa pode levar a decisões impulsivas. Já vivi um episódio de compulsão séria após uma restrição intensa de calorias”, afirma. 

Os impactos da restrição calórica na saúde mental

Escolhas alimentares equilibradas não só nutrem o corpo, mas também influenciam diretamente o estado emocional, impactando a saúde mental de maneira significativa. “A restrição alimentar pode levar a transtornos como anorexia nervosa, bulimia e obesidade, aumentando os níveis de cortisol, o hormônio do estresse”, explica a nutricionista Luana Souza. 

Ao reconhecer e valorizar essa relação, torna-se possível promover uma saúde integral que considera não apenas a nutrição física, mas também o equilíbrio emocional, fortalecendo assim a qualidade de vida.

A profissional recomenda estratégias alimentares para evitar os efeitos negativos da fome na saúde mental. “Reduzir alimentos industrializados, buscar comida real e manter-se hidratado são fundamentais. Alimentos ricos em triptofano, como banana e oleaginosas, ajudam a estabilizar o humor”, destaca Luana. Essas estratégias não apenas promovem uma alimentação saudável, mas também resgatam o prazer de comer de forma consciente. 

Além disso, ela salienta a importância dos hábitos alimentares regulares na prevenção de oscilações de humor associadas à fome. “Um estilo de vida saudável, incluindo sono de qualidade, atividade física e alimentação equilibrada, contribui para melhorar o humor e a saciedade”, explica a nutricionista.

Estratégias para regulação emocional na alimentação 

A psicologia desempenha um papel fundamental na decodificação das emoções associadas à fome, proporcionando não apenas compreensão, mas também a possibilidade de transformar padrões comportamentais disfuncionais. Stela explica que “a relação com a comida e suas representações, muitas vezes, está ligada a outras questões da história de cada pessoa, que a terapia pode ajudar a conectar”.

Por isso a terapia se torna uma ferramenta importante nesse processo, oferecendo um espaço seguro para explorar as raízes psicológicas da relação com a comida. Ao entender as origens emocionais da fome, a terapia capacita as pessoas a reconectar-se consigo mesmas e com a alimentação de maneira saudável. 

A psicóloga enfatiza a importância das estratégias de regulação emocional e abordagens terapêuticas. “Falar sobre a fome, a comida e os fatores em torno disso é um caminho. As respostas emocionais muitas vezes estão relacionadas a outras questões, e a terapia pode ajudar a conectar esses pontos”, esclarece Stela.

Portanto, explorar abertamente sobre esses temas é essencial, pois as respostas emocionais muitas vezes estão entrelaçadas a questões mais profundas e a terapia desempenha um papel vital ao proporcionar uma conexão entre esses pontos, promovendo uma compreensão mais profunda das complexidades envolvidas no equilíbrio emocional relacionado à alimentação.

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