Em média, a maioria das pessoas checam o celular 150 vezes por dia
Gabriel Buss e Sabryna Ferreira
Do despertar à hora de dormir, o celular é o aparelho eletrônico que mais tem recebido a atenção das pessoas. Já teve vários tamanhos, a cada dia surpreende como novas funções e é produzido por um número expressivo de marcas. Ele é companhia em todos os lugares, tomou o lugar da agenda e assumiu, quase por completo, o posto dos computadores.
Pesquisas mostram que a maioria das pessoas olha o celular, em média, 150 vezes por dia. Esse número retrata a grande dependência do aparelho eletrônico. Porém, muitas não sabem ou nem imaginam os prejuízos que podem ter com o excesso de contato digital em todos os momentos. Um estudo realizado Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o aparelho celular é o principal meio de acesso à internet no Brasil. Uma contagem feita pela empresa de telecomunicações, Teleco, constata que até março de 2017, o Brasil possuía 242,8 milhões de aparelhos.
A estudante Rafaela Barcarol relata que não consegue ficar longe do celular por muito tempo. Sempre que pode, nos intervalos, ela olha o celular. “Sempre que posso estou conectada. Às vezes, entre um intervalo e outro, consigo assistir até um seriado”, conta. A estudante afirma ainda que algumas vezes faz uma pesquisa, mas quando alguma notificação aparece não tem como não dar uma olhada. “Quando chega uma mensagem ou algo do tipo, é impossível não abrir, quando percebo já passou muito tempo”, lamenta. Rafaela diz que o que mais tira sua atenção são os vídeos, séries e as redes sociais. “Quando eu paro para ver essas coisas, acabo me prendendo nisso um bom tempo”, assume.
O universitário Matheus Werneck conta que passa mais de seis horas de seu dia usando o celular. Ele admite que tanto tempo de uso atrapalha seu estudo e trabalho. “Passo horas olhando canais de notícias, e acabo, às vezes, me distraindo no Facebook, Twitter ou outras redes sociais”, aponta. Mas, apesar disto, o aparelho é uma ferramenta importante em sua rotina. “Tudo o que eu faço é pelo celular, notícias, trabalhos, informações, meu trabalho… Então, é impossível eu ficar sem celular”, argumenta.
O psicólogo Augusto Jimenez concorda que o celular não é um “vilão” e pode ser sim um aliado na execução de tarefas e até no aprendizado. Entretanto, excessos sempre são prejudiciais. “A falta de atenção ou uma atenção dividida entre duas coisas, professor e celular, por exemplo, interfere não só no processo de captação do conteúdo, mas também no sistema nervoso do indivíduo”, esclarece Jimenez.
A saúde mental e física pode ser prejudicada com o excesso do uso do aparelho. Jimenez explica que, quando a atenção é atenção é dividida, profissionais e estudantes sofrem uma tensão. “Estudantes, principalmente, pode ter dores musculares pela cobrança que faz em si mesmo. O jovem sabe que precisar dar atenção ao professor/docente e ao não fazer se tenciona. Isso é refletido no seu corpo, há uma reiteração de culpa”, salienta o psicólogo.
Faltando cinco meses para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), todos os esforços se voltam para a preparação para a prova. Contudo, celular não deve ser evitado, mas usado como um aliado dos estudos. Jimenez aconselha a estabelecer pequenas metas, como, por exemplo, não mexer no aparelho por uma hora. “Quando atingir o objetivo, vá postergando. Não mexa na aula inteira. Isso fará você viver o presente e se concentrar no conteúdo passado”, propõe.
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