Hellen Piris
Agosto marca o meio do inverno, que não traz apenas o frio. Se você já pegou um resfriado, uma gripe, ou, até mesmo, pneumonia, sabe o quão chatas são as “doenças do inverno”. Elas podem atingir qualquer pessoa, e é melhor estar prevenido.
A médica Melissa Blessing indica que “as doenças mais frequentes associadas à estação fria são as que afetam principalmente as vias aéreas, como a gripe, resfriados, bronquite, faringite e outras mais graves, como pneumonia”. Ela explica que, muitas vezes, relacionamos o frio com a maioria das doenças respiratórias, porém, as baixas temperaturas não são as vilãs da história. No inverno, aumenta o risco de adquirir uma doença respiratória já que as vibrissas (pequenos pelos encontrados nas fossas nasais) e as mucosas nasais, do sistema de defesa natural que temos no nariz, perdem mobilidade. Isso impede que a passagem de microrganismos seja controlada, e eles penetram mais profundamente no corpo. Além disso, o ar não esquenta o suficiente, e chega aos pulmões fora da temperatura adequada.
No entanto, existem outros fatores associados às doenças típicas do inverno. Um deles é a poluição doméstica, causada pela falta de ventilação em ambientes fechados. De acordo com Melissa, o risco se intensifica quando esses espaços são compartilhados com pessoas contaminadas. Ela também lembra que as crianças pequenas são as mais vulneráveis às doenças causadas pelas baixas temperaturas: “Seus sistemas imunológicos ainda não estão maduros como os dos adultos, e eles têm menos capacidade defensiva contra agressões externas, como vento, frio e a chuva”. No entanto, os idosos também são suscetíveis, já que, geralmente, possuem outros problemas de saúde. Sofrer de uma doença respiratória crônica ou ter qualquer patologia cardíaca são motivos de preocupação, já que um simples frio pode levar a uma situação de saúde mais delicada.
A médica apresenta cinco medidas que podem ajudar a prevenir o contágio de doenças no inverno:
- Ventile os quartos diariamente por, ao menos, dez minutos.
- De preferência, use fornos a gás ou elétricos.
- Mantenha a casa aquecida. Não coloque o termostato lá em cima, mas, permita que o corpo use seus próprios mecanismos reguladores de adaptação a frio.
- Agasalhe-se na medida certa. Evite colocar muitas blusas em ambientes
aquecidos ou andar na rua e em ambientes frios sem nenhuma proteção. Cubra a boca e o nariz ao sair. - Inclua alimentos ricos nas vitaminas A e C em sua dieta.
Melissa também dá cinco dicas para você melhorar rápido da sua gripe ou resfriado:
- Descanse o máximo possível. Dormir as horas necessárias permite que o corpo recupere a força, especialmente se você estiver com febre.
- Incorpore vitaminas e minerais em sua dieta. Frutas e legumes te ajudam a desenvolver defesas.
- Beba muita água. Isso ajuda a eliminar o muco, evitar a desidratação e aliviar a dor de garganta. Sucos naturais e sopas não muito quentes também são recomendados.
- Recorra a soluções salinas ou vapores de eucalipto para aliviar o congestionamento nasal. No caso de crianças pequenas, a lavagem recomendada é a nasal com soro fisiológico, que deve ser feita quinze minutos antes das refeições e antes de dormir, para que seu descanso seja pleno.
- Verifique o profissional de saúde e evite a automedicação. É essencial ter o conselho de um farmacêutico ou de um médico no combate à gripe.
As alergias também afetam pessoas durante o inverno. A aluna de Direito Kayla Sarges conta que a sua alergia se manifesta “através de muita coriza, coceira no nariz e olhos lagrimejando”, e que se apresenta no inverno e na primavera devido ao pólen. Ela também lembra que, nos dias mais frios, os sintomas se intensificam. Seu nariz fica obstruído e a respiração é difícil. Ela comenta que combate a alergia com a alimentação, e só em casos extremos recorre aos remédios. “Eu consumo frutas cítricas (ricas em vitamina C), bastantes legumes crus, e evito o consumo de lactose, além de beber muita água”, complementa.
Kelly Costa é enfermeira, e lida com pessoas gripadas, resfriadas ou alérgicas constantemente. Ela dá uma dica: chás podem ajudar no processo de recuperação. A seguir, estão duas receitas.
Chá de gengibre com limão
Tem efeito antibiótico e anti-inflamatório, e é rico em vitamina C
Ingredientes
- Um pedaço de gengibre de 1 cm
- Um copo de água cheio
- Suco de um limão fresco
Modo de preparação
Ferver a água do copo junto ao pedacinho de gengibre. Depois de ferver, acrescentar o suco de um limão fresco. Beber o chá ainda quente.
Chá de alho
Tem efeito anti-inflamatório natural
Ingredientes
- 150 ml de água
- 80 g de alho
Modo de preparação
Amassar o alho e colocar para ferver com os 150 ml de água. Depois de fervido, coar. Tomar duas colheradas por dia. O chá pode ser reservado na geladeira por até três dias.
Dicas
- Não adoce o chá com açúcar ou mel, quanto mais pura for a infusão, melhor será o seu efeito curativo no organismo.