Febre e dor de cabeça são sintomas comuns, e especialistas apontam quais devemos nos alertar.
Davi Sousa
O Brasil tem registrado um aumento significativo e preocupante nos registros de casos de dengue e covid-19 desde o início do ano, este surto foi influenciado pela temporada de carnaval e volta às aulas, quando o fluxo de pessoas aumenta.
De acordo com o painel de controle do Ministério da Saúde em seu último levantamento realizado no dia 5 de março. Foram mais de 1.253.919 casos prováveis de dengue diagnosticados e as previsões iniciais são de que 2024 termine como o ano com mais casos da doença no país.
Em conjunto com o aumento dos diagnósticos de dengue, após o carnaval casos do coronavírus aumentaram 83,2% em São Paulo, segundo a Associação Brasileira de Rede de Farmácia e Drogarias (Abrafarma). Apesar da melhora do sistema epidemiológico, com uma média de morte 100 vezes menor das registradas nos momentos mais críticos da pandemia, a covid-19 ainda causa 10 vezes mais mortes do que a dengue no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
Para a médica infectologista Anne Caroline Chidwick, a principal causa da ocorrência dos novos surtos dessas doenças é o Brasil ser situado em uma região endêmica. “Nós somos região endêmica para essas doenças, então nós nunca nos livramos 100% delas, porém, é normal que em alguns períodos do ano elas sejam mais frequentes que outros devido a sazonalidade dessas doenças”, completa.
Em meio a uma nova onda de surtos dessas doenças, dúvidas e incertezas relacionadas aos sintomas tomam conta do cenário. As duas infecções costumam ter sintomas semelhantes, mas a maneira como são contraídas e a forma como devem ser tratadas se diferem muito.
Diferenças entre Covid x Dengue
Alguns sintomas comuns entre essas doenças podem ser confundidos, como febre, dor de cabeça e dor no corpo. Alguns diagnósticos previamente identificam a condição como dengue, mas, no decorrer dos dias os sintomas podem ser confirmados como de covid-19. Segundo a infectologista Dra. Paula Pinhão, em entrevista ao portal Saúde IG, em alguns casos pode ocorrer uma co-infecção na qual são diagnosticadas as duas infecções ao mesmo tempo.
A dona de casa Ana Paula, de 34 anos, que no início de fevereiro deste ano descobriu que estava com as duas infecções. “Eu nem sabia que era possível isso acontecer. Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida, mas, com acompanhamento médico e muito esforço, eu venci a covid-19 e a dengue”, ressalta.
A dengue é caracterizada por dores nas articulações, problemas gastrointestinais e manchas avermelhadas pelo corpo. Em alguns casos, pode ocorrer a queda no nível de plaquetas do sangue, causando sangramentos que caracterizam a forma grave da dengue.
Confira abaixo sintomas de cada de cada doença segundo o Ministério da Saúde:
COVID-19
- febre;
- dor de cabeça;
- tosse seca;
- falta de ar;
- dores musculares;
- cansaço;
- dor de garganta.
Dengue
- febre;
- dor de cabeça;
- dor nas articulações;
- dor atrás dos olhos;
- irritação e coceira na pele;
- comum apresentar peso, vômito e náuseas.
Transmissão e proteção da doença
A covid-19 e a dengue são doenças virais, que são provocadas por vírus e comportamentos diferentes e, como consequência, cada uma delas é transmitida de maneiras distintas. A transmissão do coronavírus é atualizada continuamente, sendo transmitida por contato direto com pessoas ou superfícies e objetos infectados. Em contrapartida, a transmissão da dengue se dá pela picada aedes aegypti ou passado de humanos infectados para o mosquito.
Segundo o Ministério da Saúde a melhor forma de se proteger da dengue é evitando criadouros do mosquito nas casas, seja com garrafas de plástico, vasilhas e pneus ou seja qualquer objeto que possa acumular água e não apenas se auto protegendo mas evitando surtos na vizinhança.
A proteção é essencial na luta contra essa doença por meio de repelentes que evitam o contato direto com o mosquito. Outro fator essencial para evitar o contágio é a vacinação. No Brasil de hoje, o público alvo para a vacina da dengue são crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, como informa o Ministério da Saúde.
Para o combate contra o Coronavírus, a vacina ainda é o maior aliado para a redução de contágios e mortes. Muitas pessoas se esquecem, mas é importante relembrar que a covid-19 ainda é um risco para todas as idades. Apenas em 2024, 200 pessoas vão a óbito por semana, segundo o veículo oficial de comunicação sobre a situação epidemiológica da COVID-19 no Brasil monitorado diariamente pelo Ministério da Saúde.
Ainda segundo o site do Ministério da Saúde, para se prevenir, é indicado o uso de máscaras, trocá-las com frequência e sempre higienizadas. Outros cuidados gerais para se proteger da covid-19 são lavar a mão frequentemente, cobrir a boca e nariz sempre que precisar tossir ou espirrar, evitar compartilhar objetos pessoais que possam estar em contato com gotículas de saliva ou secreções respiratórias, como talheres, copos e escovas de dentes e manter os ambientes fechados bem arejados, abrindo a janela para permitir a circulação de ar.