Biblioterapia e leitura auxiliam no tratamento de doenças nervosas e acolhimento à pessoas com dificuldades emocionais e físicas
Rayne Sá
O emprego de livros no tratamento de doenças nervosas tem sido uma opção para tratar pacientes. A alternativa conhecida como biblioterapia auxilia em processos de reintegração e em lares de acolhimento, com a intenção de ajudar aqueles que têm dificuldades emocionais e físicas.
Para o psicólogo Andrei Nieckrachevicz, a biblioterapia é bastante recomendada para pacientes com quadros de fobia social, paranóia em função da pandemia ou timidez doentia.
O processo terapêutico por meio da leitura utiliza as palavras para que o paciente consiga acessar seus traumas e emoções profundas, podendo ser aplicado em grupo ou individualmente. Segundo a biblioterapeuta Elaine de Moraes, “não é a quantidade de páginas que faz efeito na biblioterapia, mas às vezes é uma frase que num contexto da história da vida de alguém pode transformar o sofrimento, o vazio, e dar sentido à sua existência”.
Biblioterapia no Brasil
Os dados da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró Livro com 8.076 pessoas, entre outubro de 2019 e janeiro de 2020, revelou que o brasileiro lê em média cinco livros por ano. A Bíblia é a obra mais lida pelos entrevistados.
Outra pesquisa realizada com 65 pessoas em março, na plataforma do Instagram, revelou que 55% dos usuários leram mais durante a pandemia da Covid-19, enquanto 10% não leram.
Para Sandra Barão Nobre, biblioterapeuta na Europa, vai ser necessário lidar com a questão da saúde mental, com quadros de depressão e ansiedade após o isolamento. “Espero que agora, já que isto não aconteceu enquanto estávamos confinados, pelo menos pensemos nos livros como ferramentas ultra válidas para ajudar a mudar essa questão da saúde mental por causa da pandemia”, ressalta.