Novas variantes de coronavírus no Brasil

In Geral, Saúde

No país circulam quatro variantes da Covid-19. O lento processo de vacinação entrava combate a proliferação do coronavírus.

Rachide Incote

Depois de mais de um ano presente no Brasil, temos acima de 596.163 mortes causadas pela Covid-19 até o dia 29 de setembro de 2021. E atualmente, de acordo com o levantamento feito pelo Ministério da Saúde, são observadas no país quatro variantes do vírus Sars-Cov-2: Alfa (encontrada primeiro no Reino Unido), Beta (África do Sul), Gama (Brasil) e Delta (Índia). As variantes, apesar de surgirem em vários cantos do mundo, guardam semelhanças em comportamento, mostrando uma inclinação de combinação evolutiva.

“Podemos encontrar essas variantes em diferentes países, principalmente na Europa. Mas, o problema é saber lidar com as regras sanitárias e se cuidar para não dar margem a proliferação do vírus. Aqui no Brasil, o nosso problema é relaxar com tudo para depois culpar alguém”, afirma o médico Rodrigo Passos. O infectologista que trabalhou com vários pacientes da Covid-19 desde o início da pandemia, esclarece, também, que a quantidade de casos no Brasil sobem devido ao negacionismo de algumas pessoas e desrespeito às medidas impostas para evitar propagação do vírus. 

Após duas ondas que atingiram o país e ceifaram várias vidas, os especialistas na área virológica mostram que a variante Delta que surgiu na Índia, é  mais transmissível do que as outras. Classificadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como variantes de preocupação por suas capacidades de mutações múltiplas e reinfecção em pessoas já contaminadas e possível contágio para pessoas vacinadas. “Até o momento não se tem certeza das coisas no país, qualquer momento por falta de vacinação ou cuidado sanitário os casos podem aumentar. Frente a variante Delta e seu poder de reinfecção nas pessoas já contaminadas, devemos dobrar os cuidados e seguir ao pé da letra todas as orientações”, destaca a enfermeira Jacintha Da Silva Mendes.

De acordo com o Ministério da Saúde, a Delta já está registrada em vários estados do Brasil, como: São Paulo, Amapá, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Ceará, Tocantins, Bahia, Pernambuco e  Maranhão. E com probabilidade de estar circulando em mais estados e ainda não ser reportada. Uma das razões para se preocupar com o Brasil, é o lento processo de vacinação. Segundo dados levantados das secretarias de Estados, até o presente mês foi vacinada 40,64% da população do Brasil com a 2ª dose ou dose única e 67,84% receberam a 1ª dose.

O epidemiologista Márcio Borges Ferreira, médico do Centro de Vigilância de Santo André, São Paulo, explica que o lento processo de vacinação no país está dando vantagem para proliferação do vírus e é preciso acelerar a vacinação para o bem da saúde coletiva. “Quanto mais o vírus circular ele tem tendência de multiplicar no organismo das pessoas, porque consegue fazer adaptações muito rápidas, afeta mais pessoas e tem maior chance de mutação. Essas mutações, às vezes, escapam a vacinação o que torna mais difícil o processo de seu controle. Por isso é preciso acelerar o processo de vacinação com máxima urgência sendo o único jeito de travar a transmissão do vírus”. 

Ainda o médico ressalta que a falta de informação nessa pandemia pode ser prejudicial ao trabalho do pessoal da área de saúde. “Em qualquer trabalho é preciso confiança, boa comunicação e solidariedade para ter progresso. Quando falta informação ou se recebermos notícias falsas no meio desta guerra podem ser fatais para dificultar-nos a dar resposta à pandemia. Só podemos vencer essa guerra pandêmica se lutarmos juntos, porque a união faz força”.

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