Neste novo período da pandemia, profissionais da saúde mental organizam projetos de esclarecimento e atendimento emocional para combater os danos da Covid-19
David Freire
Ruas desertas, hospitais sobrecarregados, todos de máscara, álcool em gel em mãos, isolados em casa, carga horária intensa no formato home office, tudo isso resultou em problemas como ansiedade, estresse, depressão e pensamento suicida. Segundo dados da ConVid Comportamentos, 40% dos brasileiros sentiram tristeza ou depressão na pandemia.
Além disso, o Brasil segue como um dos países com mais casos de pessoas depressivas. Dados da OMS (Organização mundial da Saúde) revelam que 5,8% da população brasileira possui algum grau de depressão. A porcentagem fica atrás apenas dos Estados Unidos, que ocupa o primeiro lugar. Os impactos sociais da pandemia estão diretamente ligados às dificuldades financeiras, desemprego, perdas familiares pela própria Covid-19 e a incerteza de como serão os próximos dias.
Somaira Nogueira é psicóloga e especialista em clínica, ela sugere formas de como lidar com o momento instável atual. “Tanto ansiedade patológica, como depressão são doenças”, pondera. Ela afirma que “para elas serem diagnosticadas, há uma série de fatores que envolve o paciente passar por uma avaliação até chegar no diagnóstico”.
Entre os projetos que se fez para ajudar a combater a depressão, aconteceram campanhas de conscientização para a população através das redes sociais. Foram feitos vídeos de aconselhamento direcionados para mulheres que não sabiam como lidar com os filhos e esposos dentro de casa, e para pessoas enlutadas, a fim de ajudá-las a superar o luto, através de conselhos práticos e gerais.
A fim de ajudar a população com os problemas psíquicos, foi criado um projeto social no Rio Grande do Sul para crianças e adolescentes. Eles recebem acompanhamento psicológico gratuito a fim de aprenderem a lidar com as perdas e o isolamento social. Maurício Pinto Marques, psicólogo e doutor em psicologia do Esporte Universidade Autônoma de Barcelona. participa ativamente do projeto e explana o seus ideais. “O interesse de conscientização é lidar com as demandas emocionais usando as mídias para poder chegar às pessoas”, esclarece. Assim como esse, outros projetos foram criados e têm tido resultados.