Surto de meningite: tudo o que você precisa saber sobre a doença

In Ciência e Tecnologia, Geral

O acesso à informação pode ser determinante no combate à doença, inclusive ampliando a adesão às vacinas.

Mariana Santos

Febre, rigidez no pescoço e fortes dores de cabeça são alguns dos sintomas que pacientes com meningite costumam apresentar. Atualmente, por mais que a doença seja razoavelmente conhecida, a desinformação tem atrapalhado a vacinação no país a ponto de corroborar para um surto de casos na zona leste de São Paulo.

Em 1970, no momento mais crítico da doença na história do Brasil, o governo ditatorial tentou esconder dados da população enquanto uma epidemia se alastrava pelos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. As motivações para a falta de transparência foram principalmente econômicas, contudo, a demora para combater a doença (que já possuía vacina) fez com que mais de 400 pessoas morressem no ano de 1975.

Por mais que o surto identificado no segundo semestre de 2022 seja muito menor do que aquele dos anos 70, é necessário trabalhar ativamente contra notícias falsas para que mais pessoas sejam imunizadas. Cabe a cada cidadão checar as informações que acessam pela internet e procurar portais confiáveis antes de compartilhar qualquer conteúdo.

Transmissão

A transmissão de meningite pode acontecer por intermédio de vírus, bactérias e fungos, variando conforme o tipo de meningite. Enquanto alguns casos se espalham graças ao contato com gotículas e secreções de indivíduos infectados, também é possível ficar doente ao consumir alimentos contaminados ou ser picado por um mosquito com o vírus.

É importante também mencionar a meningite parasital, que não é transmitida de pessoa para pessoa, e é mais comum entre animais. Apesar de ser considerada uma raridade nos seres humanos, estes podem ser infectados por animais desde que tenham contato com o parasita na fase infecciosa.

Sintomas

Os principais sintomas de meningite são:

  • febre;
  • dor de cabeça;
  • rigidez no pescoço;
  • moleza e dor muscular;
  • vômitos e náuseas.

Em crianças e bebês, é possível observar a moleira alta ou elevada, rigidez corporal com movimentos involuntários e inquietação. Em adultos a doença pode ser confundida com gripe ou resfriado, por isso é necessário sempre consultar um médico desde o início dos sintomas.

Prevenção e tratamento

Por ter um grande potencial de agravamento, podendo causar a morte, é necessário tomar todas as precauções possíveis. No Brasil, o SUS oferece três vacinas que atuam no combate à doença sendo: Vacina meningocócica C (conjugada), Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) e a Pentavalente, que protege contra doenças causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B (inclusive a meningite).

As vacinas estão dentro do Calendário de Vacinação da Criança, entretanto, nem todos os tipos de meningite são contemplados pelas vacinas gratuitas. No caso da meningite causada por vírus, não há uma medicação específica para o tratamento, contudo, existem remédios que podem ser receitados para combater  bactérias e fungos. Para mais informações, consulte um médico.

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