Swipe ou um encontro: como funciona o flerte atualmente? 

In Cultura, Geral

Pesquisas recentes sugerem que a geração Z lida com ansiedade social e evita interagir com estranhos.

Vefiola Shaka

À medida que as interações digitais dominam cada vez mais a vida cotidiana, muitos jovens enfrentam dificuldades inesperadas ao tentar flertar e se conectar com outros na vida real. Enquanto aplicativos de namoro e redes sociais facilitam o encontro com novas pessoas, eles também criam barreiras para conexões autênticas fora do ambiente virtual

A nova geração está tão imersa no mundo online que, quando se trata de conversar com pessoas, não há aquela sensação natural de simplesmente dizer ‘Oi, como vai?'” Pesquisas recentes sugerem que alguns Zoomers lutam contra a ansiedade social e evitam interagir com estranhos. Isso criou um desafio único para alguns membros da Geração Z que procuram encontrar encontros pessoalmente.

O que é flertar?

Flerte, curte ou paquera é um comportamento comum entre seres humanos que tem uma insinuação de interesse entre as pessoas. Segundo a coach de relacionamentos Marcia Esteves, o flerte é uma dança sutil entre o interesse e a comunicação. 

Nos dias de hoje, com a ascensão dos aplicativos de encontros, ele se tornou mais digital e imediato, mas a essência continua a mesma: a busca por conexão e reciprocidade. Pode ser um sorriso, um olhar, uma cantada, uma risada e até mesmo o simples ato de tocar na mão da outra pessoa.”O flerte moderno envolve não só palavras, mas também emojis, likes, e a arte de saber como e quando se comunicar”, adiciona.

Aplicativos de namoro

O primeiro aplicativo de namoro foi o Match.com, lançado em 1995 como um projeto empreendedor para digitalizar toda a gama de serviços de contatos. Atualmente, o aplicativo mais usado e moderno é o Tinder, com mais de 75 milhões de usuários ativos mensais. 

Gabson Silva, estudante de Rádio e Televisão, comentou que prefere paquerar as pessoas pessoalmente, sempre olhando diretamente no olho e criando laços de forma mais segura.

Enquanto isso, Juliana Rezende compartilha como conheceu o noivo dela através de um aplicativo de namoro cristão. Ambos estavam atrás de um relacionamento, mas já sem esperança de encontrar a cara metade. Quando deram match, começaram a conversar pelo Instagram. 

Juliana comenta que a monotonia do “oi, tudo bem?”, ” qual sua cor favorita ?”, passou muito rápido. A jovem diz que sem este aplicativo, ela não conseguiria conhecer pessoas. “Eu sempre tive medo de relacionamentos, então me escondia atrás das telas e flertava com muitas pessoas e me apeguei a muitas delas. Mas sempre que o assunto de conhecer pessoalmente vinha à tona, eu desconversava, dava um passo para trás”, expõe.

O impacto da pandemia

A pandemia desempenhou um papel crucial nessa dinâmica. Com muitos jovens começando a faculdade em casa, as oportunidades para desenvolver habilidades sociais e interações reais foram severamente limitadas. 

Esse contexto contribui para a crescente dificuldade em lidar com a rejeição e o medo de ser julgado por outros. “Neste período um novo cenário foi criado, onde a distância física fez do online o palco principal para as interações”, afirma a coach de relacionamentos. 

Ela enfatiza que os jovens se viram desafiados a expressar sentimentos e intenções através de telas, o que, por um lado, aumentou a criatividade e a comunicação digital, por outro, reforçou o medo da rejeição e a dificuldade em criar conexões profundas face a face.

Gabson fala que com o aumento das interações online, mais pessoas se viram na necessidade de recorrer a esse meio. “Penso que a circunstância ampliou algo que já existia e que as interações amorosas online não se sustentam por si só. Uma hora ou outra, a necessidade do contato pessoal vai surgir no meio do relacionamento”, explica.

O novo jeito de conectar

No entanto, há sinais de que as coisas podem estar mudando. Eventos presenciais estão vendo um aumento significativo na participação e segundo a coach de relacionamentos práticas como a “terapia de rejeição” estão se tornando populares entre os jovens que buscam enfrentar seus medos e desenvolver habilidades sociais essenciais. Apesar dos desafios, há uma crescente vontade entre a Geração Z de se conectar de maneira mais genuína e significativa, tanto online quanto offline.

Marcia Esteves explica que a chave está na autenticidade e leveza. Flerte é sobre brincar com a possibilidade, não para garantir um resultado. “Afinal, flertar é uma troca, não uma obrigação de agradar. O importante é lembrar que a rejeição faz parte da vida, e cada experiência só fortalece a confiança para as próximas interações”, finaliza. 

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