Estudos recomendam a realização de pausas regulares e o posicionamento adequado das telas.
Eduardo Reymond
Com a dependência de dispositivos digitais para trabalho, educação e interações sociais, os riscos à saúde ocular também aumentaram. De acordo com a American Optometric Association (AOA), estima-se que cerca de 60% dos usuários digitais podem desenvolver a fadiga ocular digital após longos períodos de exposição.
Causas e sintomas
Segundo a matéria de Fadiga Ocular da BBC News Brasil, a causa principal da fadiga ocular digital está no excesso de telas, ou seja, no esforço constante em focar nas telas por longos períodos. Normalmente, as pessoas piscam entre 15 e 20 vezes por minuto, mas ao se concentrar no conteúdo de uma tela, esse número cai para menos de 5 vezes. Isso diminui a lubrificação natural dos olhos e leva ao ressecamento. Além disso, sobrecarrega os músculos oculares, o que resulta em cansaço visual, dor e irritação.
A matéria completa que os sintomas da fadiga ocular digital são variados e podem aparecer de forma gradual. Entre os mais comuns estão a sensação de olhos secos e incômodos, dificuldade de foco e visão turva. Algumas pessoas também experienciam dores de cabeça, especialmente na região frontal, e tensão no pescoço. Esses sintomas geralmente são temporários, mas se não tratados, podem se tornar persistentes e se desenvolverem em problemas crônicos. Isso afeta a qualidade de vida, o que dificulta atividades diárias e até mesmo o desempenho no trabalho.
Casos extremos
O psiquiatra Reinaldo Segre explica que o excesso de telas têm consequências sérias que podem afetar o cérebro emocional e neurologicamente, pois causam ansiedade, irritabilidade, impaciência, distúrbios do sono e alterações cognitivas. “Além disso, pode comprometer áreas do cérebro responsáveis pela atenção, memória e regulação hormonal, especialmente em fase de desenvolvimento neurológico”, pontua.
Brendon Gonçalves, que trabalhou com marketing digital durante a pandemia, relata que começou a sentir dores na região dos olhos e na parte frontal da testa. Porém, ignorou esses sintomas até desenvolver fotossensibilidade severa. “Quando comecei a fazer dinheiro pela internet, ficava por mais de sete horas por dia na frente do computador”, diz.
Após não conseguir mais se expor a telas e luz, devido ao incômodo, Brendon precisou se consultar com um psiquiatra para resolver o problema que havia afetado seu sistema nervoso central. Hoje, ele segue um tratamento com antidepressivos, que causaram uma melhora parcial do problema.
Medidas preventivas
Segundo estudo da Vision Council, Digital Eye Strain Report, existem formas eficazes de prevenir e tratar a fadiga ocular digital. A recomendação mais conhecida é a regra 20-20-20, ou seja, a cada 20 minutos de uso de telas, faça uma pausa de 20 segundos e olhe para algo a 6 metros de distância. Isso ajuda a relaxar os músculos oculares e a reduzir a tensão.
Outra medida é cuidar da postura e do posicionamento da tela. A tela deve estar a uma distância de um braço e a tela ao nível dos olhos. Essas medidas podem ajudar a reduzir a tensão no pescoço e nos olhos.
Para quem apresenta sintomas persistentes, buscar a ajuda de um profissional de oftalmologistas para realizar exames detalhados e recomendar tratamentos adequados, como óculos de proteção para telas ou até medicamentos para aliviar a secura ocular também é recomendado.