A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, ABSOLAR, prevê o maior aumento do mercado em dez anos em 2022.
Hellen de Freitas
A energia solar ganha espaço no país com um crescimento de 30% de gigawatts instalados entre janeiro e junho deste ano comparado com o segundo semestre de 2021. Sendo consumido de forma independente e como um serviço de assinatura, o mercado vem se ampliando e modificando para melhorar a experiência do consumidor.
De acordo com a ABSOLAR, o ano de 2022 tem previsto a maior ampliação em uma década deste novo mercado de energia. Com a evolução deste meio os empregos tendem a crescer para melhor atendimento das novas demandas.
De acordo com o doutor em Engenharia Civil, Ítalo Gatica, o aumento no país se deve a alguns fatores como, o fácil acesso a tecnologia com financiamentos, payback do investimento em curto prazo se observada a vida útil da tecnologia, o payback inferior à vida útil da tecnologia e o fornecimento de uma taxa interna de retorno superior às taxa financeiras de remuneração do mercado financeiro, sem contar o Brasil ter a vantagem de ser banhado pela maior radiação solar entre a linha do Equador e o trópico de Capricórnio.
Experiência do consumidor
Kedma Malta, possui um sítio e optou em junho deste ano por realizar a mudança para a energia fotovoltaica em sua casa. Conhecendo o serviço através de vizinhos que também aderiram a esse tipo de energia, ela menciona o processo de instalação feito em sua casa.
Segundo ela, os técnicos da empresa fazem uma visita ao local antes da instalação, para calcular o tamanho da casa e itens que utilizam energia. Em seu caso foi feito o cálculo para manter três residências, a sua casa da cidade, a da sua irmã e o seu sítio, fonte principal, a partir de suas placas foi feito o partilhamento com as outras casas, pois um diferencial da energia solar é que ela pode ser compartilhada, desde que a quantidade de placas seja suficiente para abastecer a demanda necessária.
Mas, afinal, vale a pena adotar este novo sistema? Kedma acredita que sim. ‘’A energia solar surgiu como uma alternativa acessível para reduzir o orçamento a médio e longo prazo, além de diminuir os impactos ambientais já que utiliza de um recurso natural. Essa opção foi excelente pois na região onde moramos o sol é constante o ano todo”, afirma.
Sem deixar o preço de lado, ela declara que o investimento feito não é pequeno, afinal as placas e equipamentos ainda não possuem um valor popular, contudo, a população está optando mesmo assim pela energia fotovoltaica. ‘’Dá pra afirmar que praticamente de dez casas, sete já utilizam essa nova geração de energia’’, relata.
Kedma também diz sobre os gastos gerais em sua região e como o consumo será no futuro. “Temos um gasto muito grande de energia mensal e as taxas das concessionárias mesmo tendo usinas hidrelétricas em um raio de 100 km, mesmo assim ao longo de três ou quatro anos conseguiremos recuperar e gerar para o próprio consumo com custo praticamente zero e por tempo indeterminado’’, acredita.
Serviço por assinatura
Chegando ao país em 2016, o serviço de energia solar por meio de assinantes cresceu. O serviço gerou interesse principalmente por conta da praticidade. Os consumidores se beneficiam da energia gerada em outro lugar, poupando dinheiro e espaço em suas próprias casas.
Um exemplo do modelo em prática seria um grupo de pessoas instalar placas fotovoltaicas em suas residências e conectar uma nas outras, dividindo o custo total para não pesar a ninguém. Mas digamos que o local não possua a estrutura necessária para a instalação das placas ou não tenha como arcar com os gastos compartilhados, entrando dessa maneira a opção da assinatura da energia solar.
As empresas responsáveis geram o ‘’produto’’, através dos grandes campos de painéis fotovoltaicos, conhecidos também por fazendas de energia solar. Após fornecer essa energia, eles partilham com os clientes previamente signatários mais próximos, aqueles que estão a uma distância maior e que tem a opção de comprar uma parte da energia da fazenda para evitar um desgaste na renda mensal.