Mudança repentina causou grande repercussão negativa e incentivou surgimento de nova plataforma.
Helena Cardoso
Quem usa o Twitter há um tempo levou um susto ao entrar na plataforma durante a semana do dia 23 de julho. Isso porque Elon Musk, o bilionário dono da rede social desde 27 de outubro de 2022, além de trocar o nome para X, colocou a letra no lugar do passarinho azul, símbolo estabelecido da plataforma. Não é necessário pensar muito para entender o motivo da mudança: essa é a marca de Musk, utilizada para deixar suas empresas (como a Space X) com identidades parecidas.
Entretanto, a mudança tão repentina e sem aviso prévio não agradou a maior parte dos usuários, que rapidamente recorreram à própria plataforma para expressar seu descontentamento. “Dá uma raiva olhar pro Twitter e ver esse X“, “desculpa, mas eu ainda não aceitei que o Twitter é um X“, “esse Twitter X dá nem gosto de entrar” e “Retuitem se vocês concordam que vamos continuar chamando de Twitter ao invés de X” são apenas alguns dos posts que lotaram a rede desde o anúncio feito por Musk.
Opiniões controversas
Livia Damasceno, usuária do Twitter (agora X) desde 2019, foi uma das pessoas que não ficou feliz com a decisão. “O Twitter era uma ideia, um conceito, uma visão, e agora muda do nada?”, questiona. Entretanto, há quem ache a mudança boa e até quem não ligue para o tema. É o caso de Allyson Furrier, que tem um perfil na rede social desde 2018. Para ele, a alteração de nome e logo foi indiferente, e sua única reclamação é que, no começo, tinha dificuldades para encontrar o aplicativo em seu celular.
Especialistas explicam que o motivo da grande repercussão negativa é o sentimento de traição enfrentado pelos usuários mais fiéis. Segundo profissionais do assunto, para ter menos rejeição é necessário considerar, através de dados e pesquisas, hábitos e desejos do público (algo que não aconteceu durante a mudança de Elon Musk). Talvez seja por isso que todas as alterações da plataforma, incluindo a possibilidade de compra do selo de verificação azul e a restrição de quantidade de leitura de tuítes diários, foram fortemente criticadas.
Uma nova alternativa
Em meio à situação instável, Mark Zuckerberg, dono da empresa Meta (que engloba Instagram, Facebook e WhatsApp), criou o Threads, aplicativo muito similar ao Twitter. Lançado no dia 5 de agosto, a nova rede social ultrapassou os 10 milhões de usuários nas primeiras sete horas e os 100 milhões nos primeiros cinco dias, o que a garantiu o título de plataforma com o crescimento mais rápido da história.
Entretanto, duas semanas depois, se viu estagnada, com os usuários ativos caindo para 13 milhões e o engajamento despencando 70%. O tempo médio na plataforma também diminuiu, passando de 19 para 4 minutos por dia. Enquanto isso, o X (antigo Twitter) possui 200 milhões de usuários ativos e tempo de permanência médio de 30 minutos por dia.
Fim do Twitter?
Todas as mudanças feitas em uma das plataformas mais “queridinhas” causaram transtornos e fizeram com que outras empresas investissem na ideia de “trazer o Twitter de volta”, como foi o caso do Koo App. Porém, ao mesmo tempo que usuários não poupam na hora de expressar suas opiniões de insatisfação, a quantidade de pessoas permanece – quase – a mesma. Afinal, a rede é sólida e com um público fiel, que precisa de muito mais do que uma mudança de nome para abandonar de vez a plataforma.