Ele diz que aceita a realidade de não ser o nome preferido da cúpula de seu partido.
Monise Almeida
O ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (23), a desistência de sua vaga para concorrer ao cargo de Presidente da República. Devido a essa decisão, a responsabilidade da senadora Simone Tebet (MDB), aumenta, pois é possível que ela seja escolhida na aliança entre a sigla tucana, o MDB e o Cidadania para o Planalto.
O ex-governador venceu as prévias do PSDB, em novembro do ano passado, mas estava enfrentando algumas resistências dentro do partido para alavancar sua candidatura. Mesmo assim, foi compreensível em seu pronunciamento. “Hoje, neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou o nome da cúpula do PSDB. Aceito essa realidade com a cabeça erguida”, diz Doria.
O seu desempenho tímido nas pesquisas de intenção de voto, alta rejeição e a divulgação que fez da carta aberta em que classificava uma “tentativa de golpe” o desrespeito às prévias, foram algumas das justificativas para seu nome nunca ter sido consenso.
Os partidos envolvidos tinham como estratégia lançar uma candidatura única ao cargo da Presidência da República. Essa alternativa planejada pelo PSDB, MDB e o Cidadania, ficou conhecida como “Terceira Via” e seria a melhor escolha para a disputa com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e com o ex-presidente Lula (PT), de acordo com os partidos.
Antes de renunciar sua pré candidatura, Doria fez uma retrospectiva de sua vida empresarial e política, seus feitos políticos, vitórias e até contou sobre a história de seu pai. Ele afirma ter tomado essa decisão, mesmo não sendo sua vontade pessoal, mas acredita que o partido fará uma boa escolha. “O PSDB saberá tomar a melhor decisão no seu posicionamento para as eleições deste ano. Me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve”, declarou Doria.