Atentados nos últimos dias pedem por alternativas seguras e eficientes de vigilância.
Raíssa Oliveira
No último mês, os noticiários nacionais foram bombardeados por tristeza e angústia ao relatar histórias de crimes ocorridos em locais de âmbito educacional. Os casos que comoveram os brasileiros também alertaram o Governo Federal e as escolas de todo país para que adotassem medidas para prevenir possíveis ataques.
Na capital paulista, uma professora morreu e três ficaram feridas na Escola Estadual Thomazia Montoro. O agressor foi um aluno de treze anos que esfaqueou as vítimas e foi encaminhado para a delegacia logo em seguida.
Dez dias após o acontecido na capital paulista, o estado de Santa Catarina também vivenciou episódios lamentáveis. O criminoso invadiu uma creche em Blumenau e matou quatro crianças com uma machadinha, além de deixar outras cinco feridas e se entregar para a polícia após o ocorrido.
Medidas governamentais
A partir dos casos que ocorreram em todo o Brasil, o Governo Federal e as escolas tomaram iniciativas para tentar combater o ódio disseminado e observaram a necessidade de prevenir contra esses ataques.
A Operação Escola Segura é um trabalho preventivo e repressivo para atender o âmbito escolar durante todo dia, onde atuam 51 chefes de delegacias e 89 policiais civis e militares de maneira integrada. Profissionais que investigam crimes cibernéticos trabalham de forma conjunta e, só neste ano, o departamento enviou 35 comunicados para 15 estados de suspeitas de ataques em escolas.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública também determinou à Polícia Federal instaurar inquéritos para investigar e prender responsáveis por crimes desse modo. Além disso, o Governo Federal está trabalhando para retirar da Câmara dos Deputados o projeto de lei que limita o controle maior das redes, que dificulta remover conteúdos ofensivos, que incitam ódio e violam os termos de uso ou direitos humanos.
Principais medidas adotadas
Coordenadora de uma escola, Nelzi Vargas cita as principais medidas adotadas para proteger alunos e funcionários de possíveis casos de violência. Segundo ela, uma empresa de segurança foi contratada e um botão de emergência foi instalado para que a equipe acionasse quando necessário.
Na estrutura física da escola, a coordenadora conta que foram colocados arames concertinas na lateral e frente do colégio. “Esse contexto foi um pouco assustador no início, já que alguns pais falando dos acontecimentos recentes para os filhos e eles chegavam na escola um pouco assustados. O que se fazia era acalmar os alunos, conversar com eles e explicar as medidas de segurança da escola”, comenta.
Vivência dentro do contexto escolar
A estudante do Ensino Médio, Ana Julia Cardoso, explica que na escola onde estuda, a vigilância foi redobrada. Rondas constantes eram feitas pelos guardas e o detector de metais era utilizado para identificar possíveis materiais de risco. Além disso, relatou também que o policiamento nas escolas foi intensificado, principalmente no dia 20 de abril, uma data marcada por ameaças de ataques nas escolas.
A estudante fala sobre o sentimento dela em meio a esse contexto. “Eu achei as medidas eficazes e me senti segura. Acredito que meus colegas também tenham o mesmo sentimento”, conclui.