Depois de 8 anos governando o país, primeira-ministra surpreende com pedido de demissão
Letícia Casemiro
Nicola Sturgeon, primeira-ministra da Escócia e líder do Partido Nacional Escocês (PNE), anunciou nesta quarta-feira (15) que deixará o cargo. “Essa decisão vem de uma avaliação mais profunda e de longo prazo”, disse Nicola durante a coletiva de imprensa feita em Edimburgo.
Sturgeon dirigiu o país por oito anos, sendo a primeira mulher a comandar o governo escocês e possui a liderança mais duradoura nas terras altas britânicas. Nicola também é conhecida por ser uma das maiores defensoras da autonomia do país, que forma parte do Reino Unido junto com a Irlanda, a Inglaterra e o País de Gales.
“Dar tudo de si é o único jeito de fazer esse trabalho. Mas isso só pode ser feito por um tempo determinado. Na minha cabeça e no meu coração, eu sabia que a hora (de renunciar) era agora”, disse Nicola. Sturgeon afirmou ainda, que permanecerá no cargo até que seu sucessor seja escolhido, que não está abandonando a política e que vai continuar a lutar pela independência da Escócia.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, agradeceu Sturgeon por meio das redes sociais pelo “longo serviço” e desejou-lhe sucesso nos próximos passos. “Vamos continuar a trabalhar em estreita colaboração com o governo escocês nos nossos esforços conjuntos para servir as pessoas por toda a Escócia”, escreveu o líder britânico.
Um pouco sobre a vida de Sturgeon
Nicola Ferguson Sturgeon nasceu em 1970 na cidade de Irvine (Ayrshire), atuou como primeira-ministra da Escócia e líder do Partido Nacional Escocês (PNE). Antes disso, atuou como advogada em Glasgow até ser eleita como membro do Parlamento Escôces (MSP) em 1999. Liderou a resposta do governo escocês em meio a pandemia da Covid-19, por meio da implementação de uma série de restrições a reuniões sociais e com o lançamento de um programa de vacinas.
A premiê também protagonizou alguns conflitos com o atual governo do Reino Unido nos meses que antecederam sua saída. Nicola recentemente denunciou o governo por um “ataque frontal” contra a autonomia do parlamento local. Essa denúncia ocorreu em janeiro, após o governo britânico decidir bloquear uma lei escocesa que facilita a mudança de gênero.
Além disso, Sturgeon defendeu a realização de um novo referendo sobre a independência da Escócia, mesmo com a derrota sofrida em novembro, após a Suprema Corte britânica determinar que a Escócia precisava de autorização do Parlamento do Reino Unido para realizar a votação.
Com a renúncia da primeira-ministra, ainda não existe consenso dentro do Partido Nacional Escocês para estabelecer uma nova liderança.