Nos mesmos moldes do Rock in Rio, atração já estreia sob o título de maior do tipo na metrópole.
Victor Bernardo
Quem mora na zona sul de São Paulo está acostumado aos grandes eventos sediados no Autódromo de Interlagos. O observador mais atento, no entanto, percebe que a movimentação na região é diferente às vésperas do mais novo festival da capital paulista.
O The Town é um projeto do empresário Roberto Medina, mesmo fundador do Rock in Rio na capital fluminense. Para se ter uma ideia do tamanho da empreitada, são esperadas mais de cem mil pessoas em cada um dos cinco dias de atração.
O modelo do festival remonta à versão carioca, tanto na quantidade de pessoas, quanto no calibre dos artistas, com nomes como Bruno Mars e Maroon 5 fechando as principais noites.
Logística inédita
Fazendo jus ao título adotado pelos produtores, o “ maior festival de música de São Paulo” traz ineditismos do ponto de vista logístico. É a primeira vez que as linhas de trem e metrô funcionam 24 horas por dia, para atender à demanda de fãs que se deslocam ao fim dos shows.
Além disso, a ViaMobilidade anunciou a criação do “expresso The Town”, um trem especial que sai de hora em hora das estações Pinheiros (linha 8-Diamante) e Barueri (linha 9-Esmeralda) e não para em todas as estações, indo diretamente para Interlagos (linha 9-Esmeralda).
As mudanças visam diminuir o uso de táxis e carros de aplicativo, para minimizar o impacto no trânsito, além de facilitar a vida dos fãs, evitando os famosos perrengues.
Impactos econômicos
A movimentação também terá impactos em importantes indicadores econômicos da cidade. Um estudo da FGV aponta que os shows vão gerar uma injeção de R$ 1,7 bilhão na economia paulistana, além de 20 mil postos de trabalho.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), prevê um crescimento de aproximadamente 15% no movimento na região de Interlagos nos cinco dias de festival. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-SP), o setor hoteleiro também espera se beneficiar com o aumento do turismo, e estima uma ocupação média de 85% dos hotéis da capital no início de setembro. Até o McDonalds decidiu incluir no cardápio um sanduíche especial, chamado de McMelt The Town. O lanche estará disponível por tempo limitado em mil lanchonetes ao redor do Brasil.
A cereja do bolo
Tudo isso acontece graças a uma coisa: os fãs apaixonados. São eles as pessoas que movimentam este mercado do show business e são capazes de transpor milhares de quilômetros por algumas horas de música.
A jornalista Fernanda Martinez mora no Paraguai, viajou mais de 24 horas para vir ao Brasil e curtir o The Town, seu primeiro festival. Ela ressalta a importância de eventos assim para – mais do que trazer artistas internacionais – apresentar a indústria da música brasileira para grandes públicos, além da movimentação econômica.
“Tem toda a questão econômica, a cidade vai estar se deslocando, se movimentando para esse evento e para receber pessoas do mundo inteiro”, destaca.
Fernanda também explica que a banda Maroon 5 marcou sua adolescência e valoriza a oportunidade de viver esse momento. “Esses festivais, esses shows são importantes pra mim no sentido de que a gente tá aqui no cotidiano, trabalhando, vivendo, crescendo, e muitas gente se esquece de simplesmente curtir algo, e esses momentos te permitem isso”, comemora.
