Gabriela Vieira
“Include Day”, evento que oferece maratona de programação, organiza projeto de desenvolvimento tecnológico para deficientes físicos
Um hackathon, maratona de programação de sistemas, acontece em Campinas no dia 8 de abril. O evento ficará ativo das 9h às 13h. O “Include Day” é promovido pela CI&T, empresa especializada em soluções digitais, é destinado a pessoas com deficiência física que se interessem em criar e desenvolver softwares nas áreas administrativas ou tecnológicas para inclusão. Pessoas com qualquer tipo de deficiência podem se inscrever, desde que tenham formação ou experiência nas áreas abordadas. As inscrições podem ser feitas no site da organização. O endereço é www.ciandt.com/card/includeday2017. O prazo se encerra na segunda-feira, 27. O evento, que está em sua segunda edição, também terá versões em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Segundo a assessoria de imprensa da CI&T, o “Include Day” explica que o objetivo do encontro é promover qualidade de vida. “No dia, os participantes estarão voltados a resolver os desafios que eles mesmos enfrentam no dia a dia. A idéia é melhorar as condições de vida”, explica. A assessoria informou que no evento os participantes também serão avaliados. A empresa procura observar o potencial e o talento de cada um, em cada área abordada, para futuramente trabalharem na empresa. A equipe de assessorial ressalta que essa foi uma forma encontrada pela empresa para proporcionar a troca de experiência entre as pessoas.
Outros projetos de inclusão
Projetos como este podem ajudar na inserção de pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho. O apoio é anterior e posterior a contratação. Exemplo disto é o projeto NAOTT (Núcleo de Atenção e Orientação Terapêutica ao Trabalho), que acontece em Holambra. A iniciativa simula diariamente a rotina de trabalho, envolvendo situações como regras e horários a serem cumpridos. A coordenadora do projeto, Nadir da Silva, conta que são oferecidos sala de arte e alguns cursos. Computação, padarias, cabeleireiros são algumas opções disponibilizadas sazonalmente. Empregadores também procuram o centro para oferecer oportunidades. Desta forma criam-se vagas de trabalho externo que ajudarão no desenvolvimento e convívio social.
Em relação ao mercado de trabalho, Cristiane Félix, pedagoga especializada em Educação Especial e Psicopedagogia, observa que as vagas devem ser adaptadas de acordo com as cotas propostas nas empresas. “Em muitas empresas, existem grandes dificuldades para essa inclusão. As cotas devem existir em todas as empresas, mas muitas vezes os especiais acabam contratados apenas para preencher números e não pelo o que eles realmente são qualificados a fazer”, complementa. A pedagoga acrescenta que este é um dos motivos geradores de preconceito.
Cristiane ainda enfatiza que é precisoacompanhamento profissional às pessoas com necessidades especiais contratadas. Empresas que comtemplam estas iniciativas devem promover a orientação dos contratos e adaptar o espaço onde o trabalho acontece.