Fevereiro Laranja: um mês de combate à leucemia

In Geral, Saúde

Campanhas especiais alertam sobre a importância da doação de medula óssea.

Ana Júlia Alem

A leucemia é um tipo de câncer do sistema hematopoiético que se caracteriza pelo acúmulo de células alteradas na medula óssea e que, de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), é uma patologia que se torna mais recorrente a cada dia. A estimativa é de que entre 2023 e 2025, mais de 11 mil casos sejam diagnosticados no Brasil.

Além disso, a pesquisa também aponta que, apesar de ser um tipo de câncer que aumenta sua incidência conforme a idade, a doença está muito presente nas causas de morte entre crianças e jovens de até 20 anos.

“Com o aumento de casos de leucemia, a campanha Fevereiro Laranja se tornou ainda mais importante do que já era. Precisamos conscientizar as pessoas sobre a leucemia e a importância dos doadores de medula óssea”, comenta a hematologista e nutróloga, Paula Teles.

Entenda mais sobre a doença

Segundo da hematologista, a medula óssea é o local onde se fabrica as células sanguíneas e é nela onde ficam as partículas que dão origem aos glóbulos brancos, conhecidos como leucócitos, os glóbulos vermelhos, também chamados de hemácias e as plaquetas. “A célula sanguínea que não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética e a transforma em uma célula cancerosa. Por sua vez, a mesma não funciona corretamente, se multiplica e vive mais que as células normais. Com o tempo, as que estavam saudáveis não existem mais e dão lugar àquelas cancerosas”, explica.

A médica conta que a enfermidade é categorizada em 12 tipos, mas quatro são os de maior recorrência: leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia linfocítica aguda (LLA), leucemia mieloide crônica (LMC) e leucemia linfocítica crônica (CLL). De acordo com ela, as agudas são as mais perigosas e pedem um tratamento mais rápido e rigoroso.

Alguns dos sintomas são sangramentos na gengiva e nariz, inchaços e hematomas, fadiga, dores nos ossos e articulações, anemia, perda de peso, febre e queda na imunidade.

Segundo a página informativa do Governo Federal, as causas da leucemia não são claras, mas existem suspeitas de que alguns fatores aumentam o risco de desenvolver a doença, tais como:

  • Uso de tabagismo;
  • Benzeno (encontrado na gasolina e usado na indústria química);
  • Histórico familiar;
  • Exposição recorrente a agrotóxicos, solventes e diesel.

Diagnóstico e tratamento

“A detecção precoce do câncer possibilita uma melhora significativa durante o tratamento”, explica o hematologista, Guilherme Campos. Ele também conta que a detecção é feita por meio de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos. No caso da leucemia, a identificação da patologia se dá pela realização de um hemograma, que afirma se o número de leucócitos está alterado ou não.

“Após a realização do hemograma, é necessário que o paciente realize outros procedimentos laboratoriais, como o exame de coagulação e da medula óssea (mielograma), que entrega a confirmação diagnóstica à pessoa”, diz Campos.

De acordo com o médico, o tratamento das leucemias agudas é feito por meio de quimioterapia, o que pode resultar em graves efeitos colaterais. As leucemias crônicas, por se desenvolverem mais lentamente, podem ser tratadas com remédios, quimioterapia e radioterapia. Porém, tudo depende do tipo e estágio da evolução da doença. “Para os casos em que a quimioterapia não apresenta melhora ou em diagnósticos mais agressivos, o transplante de medula é uma opção”, finaliza.

Fevereiro Laranja: um gesto de amor

Neste mês, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) está pondo em prática sua campanha anual de conscientização sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea. A hematologista Paula Teles comenta que é de grande importância que a sociedade reflita sobre este assunto. “Não devemos apenas nos conscientizar, precisamos agir. Precisamos doar. Quanto mais pessoas cadastradas nos bancos de doação, mais vidas serão salvas”.

Para se tornar um doador é necessário cumprir alguns requisitos, como ter entre 18 e 55 anos, não ter doenças infecciosas ou incapacitantes, câncer, hematológicas ou do sistema imunológico.
Doe vida. Doe medula óssea.

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