Mudança trabalhista feita na pandemia acarreta favoritismo para empregos remotos.
Hellen de Freitas
A pandemia fez o mundo se reinventar de tantas formas, alterando a rotina do dia a dia, inclusive o mercado de trabalho. Para manter o emprego em um período em que a aglomeração era proibida e o distanciamento necessário, as empresas criaram uma forma de manter os funcionários trabalhando e a entrega constante dos serviços.
Por conta disso, cresceu o número de trabalho home office, no qual o serviço é feito de forma remota. Na pandemia esse modo de trabalho cresceu, 46% das empresas adotaram o método, segundo a Pesquisa Gestão de Pessoas na Crise covid-19, estudo elaborado pela Fundação Instituto de Administração (FIA).
Devido a mudança no trabalho, muitos funcionários acabam preferindo o método remoto, em que o conforto da sua casa era a área de trabalho. Segundo uma pesquisa feita pela Robert Half, companhia de recrutamento de recursos humanos, 39% dos contratados optaram pela mudança de emprego se a empresa não oferecesse uma opção total, ou moderadamente em home office.
Benefícios x malefícios
Por qual motivo os funcionários estão preferindo trabalhar de suas casas? De acordo com Ana Beatriz Calvalcanti, contratada da EY, a principal questão seria o aval que possui remotamente e a liberdade de resolver questões pessoais.
‘’O maior benefício que eu tive foi poder estar mais presente na vida do meu filho, pois mesmo estando trabalhando fico com ele, vivenciando tudo. Fora a qualidade de vida por não ter aquela perda de tempo em transporte público, além de poder acordar mais tarde’’, declara.
Contudo, o outro lado da moeda também existe. Apesar de trazer benefícios e uma liberdade maior, há os malefícios em evitar o contato com outras pessoas. Tainá Alcantara, trabalha em uma empresa de indústria e comércio, e iniciou nessa modalidade de trabalho em outubro de 2021. Ela conta que sentiu uma grande diferença e desenvolveu fobia social por conta do grande tempo que passou em casa.
Quando houve o retorno da forma presencial, em março deste ano, ela relatou a dificuldade para se readaptar ao presencial de forma híbrida, além disso iniciou o uso de medicamentos para fornecer um suporte ao lidar com a nova realidade.
Ao ser questionada sobre a preferência entre o trabalho presencial ou remoto, Tainá ainda escolhe trabalhar pessoalmente por causa do convívio com outras pessoas e a troca de ideias profissionais de forma mais ágil, porém, a forma híbrida é a sua melhor opção. ‘’Eu poderia trabalhar presencialmente todos os dias mas opto pelo híbrido devido a locomoção que é desgastante’’, declara.