Psicólogas afirmam que transtornos de personalidade requerem muita energia
Lia Costa
Respirações profundas, olhos “pescando”, o andar arrastado. É só o início do ano, mas muitas pessoas já se identificam com essas características de cansaço. De acordo com a especialista em psicodrama Adriana Severine, a fadiga e o excesso ou falta de sono estão relacionados a doenças junto com outros sintomas como falta de ânimo ou disposição. “Quando você perceber que está se isolando, desmarcando muitos compromissos e que por mais que durma acorda cansado, esse é um sinal de alerta vermelho”, avisa. Ela aconselha que haja equilíbrio entre trabalho, família, espiritualidade e saúde física. “Tudo que é em demasia ou falta é um indicativo de que algo não está bom”, completa.
A doutora declara ainda que transtornos como depressão, síndrome do pânico e bipolaridade requerem muita energia, o que deixa a pessoa mais fatigada. É necessário observar suas causas. Por muito tempo ele esteve relacionado com doenças cardiovasculares. No entanto, uma pesquisa norte-americana desenvolvida em Harvard revelou que em realidade o que importa é como a pessoa significa ou não aquele momento. “Dependendo da forma como você compreender uma situação na vida, aquilo vai te adoecer”, complementa a psicóloga Renata Borja. A psicóloga especialista em saúde Kelly McGonigal em uma palestra intitulada Como fazer do stress um amigo, conta que essa mudança no pensamento diz ao corpo que se pode confiar em si mesmo para lidar com as mudanças da vida.
O maior problema é que as pessoas têm resistência em buscar ajuda profissional por achar que psicólogo “é coisa de gente maluca”, o que é um conceito equivocado. Para Renata, isso é bater a cabeça na parede. E o importante é trabalhar na prevenção, que todos já conhecem: boas noites de sono e tempo para atividade física, bem como lazer. A divisão do tempo é a maior amiga de pessoas organizadas e consequentemente mais saudáveis. “A atividade física é muito importante porque regula os hormônios de humor”, revela. Muitas vezes a pessoa estará cansada e sem disposição, mas a questão não é essa e sim se o indivíduo quer ficar melhor. “Não é opção, é necessidade”, adverte.
Além da prevenção, também é importante procurar um especialista em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC). “Aquilo que você compreende gera uma emoção que gera um comportamento”, declara a doutora. Seguindo essa linha de raciocínio o estudo afirma que não é o fato de estar cansado ou estressado em si que colabora para as doenças, mas sim a maneira de encarar as situações da vida. Se a pessoa pensar que não vai aguentar, não vai aguentar. De acordo com Renata, o pensamento negativo é péssimo. Ela aconselha que se estabeleçam metas e estratégias, pois todos os problemas tem solução. “Se estou cansado, o que posso fazer para descansar? A organização pessoal é muito importante, desorganização cansa mais”, conta.